Encontro de Tocadores
Viola Braguesa
Os instrumentos e os seus tocadores
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. . . . . . . .A viola Braguesa é
o grande instrumento popular do Noroeste Português, figurando nas rusgas, chulas e
desafios, que são as formas músico-instrumentais dominantes na região. Ela toca-se aí
a solo ou a acompanhar o canto.
As violas nortenhas fazem-se essencialmente de dois tamanhos: um, maior (pode
chegar aos 90 cm), para tocar em conjunto com outros instrumentos e outro mais pequeno (77
cm), a requinta, que é de preferência para tocar sozinha ou acompanhar o
canto (ver foto acima).
A viola braguesa mais característica hoje tem a abertura central em "boca
de raia" (exemplar da esquerda), mas os modelos e representações antigas mostram
exclusivamente bocas redondas (viola da direita) ou ovais deitadas (viola do centro).
Contexto
A viola Braguesa é o grande instrumento popular do Noroeste Português, de todo o Entre
Douro e Minho e sobretudo do Minho, figurando nas rusgas (as rusgas minhotas são grupos
festivos que se podiam ver a caminho das festas e romarias e nos trabalhos colectivos da
região, acompanhando a dança que espontaneamente se organizava), chulas e desafios, que
são as formas músico-instrumentais dominantes na região.
Ela toca-se aí a solo ou a acompanhar o canto, ou mais correntemente, ao lado
do cavaquinho, e, modernamente, da guitarra (mais raramente com a rabeca e bandolim),
harmónica e acordeão a par dos idiofones rítmicos e fricativos, como o tambor, os
ferrinhos e o reque-reque.
Afinação
A afinação da viola varia muito, conforme os diversos tipos, as regiões onde ela se
toca, e mesmo, dentro da mesma região, os géneros musicais que se têm em vista.
...Afinação mais
corrente da viola braguesa
Certos autores, contudo, apontam afinações definidas a que parecem atribuir um
carácter de generalidade que é difícil de admitir: por exemplo, mi si sol
ré lá (Manuel da Paixão Ribeiro e Armando Leça), lá mi si
lá ré (Michel Angelo Lambertini).
Os violeiros, construtores e tocadores, actualmente, indicam para esta viola a
afinação da guitarra, suprimindo a sexta corda (si agudo): lá-mi-si-lá ré (do agudo
para o grave ver Fig. 5); e para a requinta, lá fá sustenido si
sol e ré (do agudo para o grave). Na Aveleda (Braga), o violeiro Domingos Machado
(presente no II encontro de tocadores) dá a esta afinação o nome de moda
velha, e fala também na afinação da Mouraria Velha), que parece
corresponder a sol mi si lá mi (do agudo para o grave), em que
as cordas mais agudas são as terceiras.
(Extraído e adaptado do livro
"Instrumentos Musicais Populares Portugueses", de Ernesto de Oliveira e Benjamim
Pereira, Gulbenkian, 2000).