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Os
Bailes
Tradicionais |
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O Baile como
Rito de Passagem |
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A
Evolução dos Bailes Populares |
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Os Bailes
Populares da Cidade de Lisboa |
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As Danças |
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Resumo
dos Fonogramas |
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Fonte:
Tradições Musicais da Estremadura
Os conteúdos aqui
apresentados foram retirados do Livro "Tradições
Musicais da Estremadura" de José Alberto Sardinha, uma cortesia do autor e da
Editora Tradisom. |
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As Danças
Tradicionais - Tradições Musicais da Estremadura
O Vira
Exemplo:
Vira de dois
pulos (Mafra, Santo Isidoro, Lagoa, 1988)
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mais conhecido como característico do Minho, o vira é todavia
também bailado em muitas outras províncias, entre as quais a Estremadura. Vários foram
os tipos de viras que colhemos: "Vira Antigo" (Reguengo Grande, Lourinhã e
Casais Gaiola, Cadaval), "Vira das Sortes" (Olho Marinho, Óbidos), "Vira
Valseado" (Outeiro da Pedra, Leiria), "Vira de Costas" (Colaria, Torres
Vedras), "Vira das Desgarradas" (Reguengo Grande, Lourinhã), "Vira
Batido" (Casais Gaiola, Caldas da Rainha), "Vira de Três Pulos" (Assafora,
Sintra), "Vira de Dois Pulos" (Lagoa, Mafra).
Como se vê, se o nome da maior parte deriva de particularidades coreográficas,
outros há que resultam da função que exercem, como é o caso do vira das sortes, que
era especialmente tocado, pelas ruas e no baile respectivo, quando os rapazes iam às
sortes; e o vira das desgarradas, que se tocava no princípio do «bailho» («ao armar do
bailho») enquanto não se reunia toda a mocidade e também por vezes nos intervalos,
tendo como característica o ser cantado ao desafio entre as raparigas e os rapazes.
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Duarte Ramos, tocador de
flauta de Lagoa, Mafra, 1988,
tocando o «Vira de Dois Pulos». |
Colhemos grande número de viras e verificámos o favor de que gozava este
género músico-coreográfico por todo o país estremenho. A forma coreográfica que
registámos é novamente sucedânea da roda: os pares, «agarrados», formam uma grande
roda, que evolui no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. A certa altura, os
rapazes abandonam os pares na roda e dirigem-se ao centro, onde batem com o pé direito e
regressam, «arrecuando» até aos respectivos pares. A roda recomeça a girar e, da
próxima vez, são as raparigas que vão ao centro e assim sucessivamente.
Já em Casais Gaiola, Painho, Cadaval, o vira batido nunca era dançado com os pares
agarrados. Ao início, após a formação da roda, vão os rapazes ao meio onde batem os
pés por três vezes, logo retomando o seu lugar na roda. Depois, é a vez de as raparigas
fazerem os mesmos passos. Estas regressam à roda justamente quando a música ganha um
andamento mais rápido, altura em que os pares «passam» até atingir o seguinte, após o
que regressam, sempre ao «ritmo valseado», ao par inicial. Andam sempre
«desagarrados».
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Arraial de Santo Antão,
Óbidos, 17-I-1998. |
As origens do vira, que alguns situam no ternário da valsa oitocentista e
outros buscam mais atrás, no fandango, parecem ser de remota idade, como defendeu
Gonçalo Sampaio e também Sampayo Ribeiro, que as coloca antes do século XVI e levanta
mesmo a hipótese de filiação no tordião.
Tomaz Ribas considera o vira uma das mais antigas danças populares portuguesas,
salientando que já Gil Vicente a ele fazia referência na peça Nau dAmores, onde o
dava como uma dança do Minho. Note-se, a respeito de filiações e semelhanças, a
proximidade do «Vira de Dois Pulos» de Lagoa, Mafra, que transcrevemos, com o fandango.
José Alberto Sardinha |