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Os
Bailes
Tradicionais |
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O Baile como
Rito de Passagem |
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A
Evolução dos Bailes Populares |
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Os Bailes
Populares da Cidade de Lisboa |
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As Danças |
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Resumo
dos Fonogramas |
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Fonte:
Tradições Musicais da Estremadura
Os conteúdos aqui
apresentados foram retirados do Livro "Tradições
Musicais da Estremadura" de José Alberto Sardinha, uma cortesia do autor e da
Editora Tradisom. |
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As Danças
Tradicionais - Tradições Musicais da Estremadura
O Corridinho
Exemplo:
Corridinho (Cadaval, Vilar, 1982)
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Muito divulgado pelos ranchos folclóricos algarvios, grande parte
das vezes sob formas de autenticidade e gosto duvidosos, o corridinho não é nem o
ex-libris etno-coreográfico do Algarve, nem um exclusivo desta província.
Bem ao invés, vemo-lo bailado pelo restante país,
nomeadamente no Alentejo, Ribatejo e Estremadura.
A sua origem é recente, devendo encontrar-se nas danças de importação
europeia que, no século passado, tanta voga conheceram entre nós, seja a polca como
sugere Tomaz Ribas, seja a schottish como quer Sampayo Ribeiro, sendo certo que esta é
uma derivação daquela, como acima dissemos.
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Joaquim dos Santos e Mário
Pereira tocando o «Corridinho». Vilar, Cadaval, 1982. |
Lembre-se, por outro lado, certas semelhanças por vezes visíveis entre o
corridinho e certos exemplares de fado. Atente-se a este propósito, no exemplar que
escolhemos para transcrição, tocado por duas harmónicas de boca, de grande beleza,
vivacidade e virtuosismo na execução.
A este respeito, há algumas notícias que nos chegam de várias fontes, de que devemos
destacar o capítulo «Tipos populares» do livro de Manuel Envia Coisas de Setúbal.
Conta o autor que, por volta de 1880, existia em Setúbal um boémio tocador de guitarra,
de sua graça Carlos Rosa, que tinha como fado predilecto o corrido. Mais adiante, trata o
fado corrido por «o corridinho», que era «acompanhado por algumas estrofes cantadas
pelo guitarrista». Por fim, quando relata a morte do Carlos Rosa, o autor exclama:
«Finis corridinho!».
Por outro lado, muitos tocadores populares nos têm salientado a referida semelhança
musical entre o corridinho e o fado. Em Casais Gaiola, Cadaval, por exemplo, quando
fizemos notar ao tocador de harmónio António Silvestre que o corridinho que acabara de
tocar era muito parecido com o fado batido, ele reconheceu que, efectivamente, não havia
muita diferença entre eles e que até se poderia confundi-los, mas que o corridinho tinha
um andamento mais vivo. Este tipo de explicações carece sempre, como é bom de ver, de
uma interpretação cuidada.
Seja, porém, qual for a sua origem, o nome de corridinho, com o seu ritmo binário,
consagrou-se para um determinado tipo de baile, que o povo conhece e distingue dos outros,
talvez por apresentar ou ter apresentado uma fase que consistia numa corridinha. Sob essa
designação, gravámos vinte e um espécimes musicais em toda a Estremadura, nos
concelhos de Sintra, Mafra, Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, Peniche, Caldas da Rainha,
Loures e Palmela.
O corridinho era bailado com os pares sempre agarrados, formando uma roda, as raparigas
por dentro e os rapazes por fora. Ao girar da roda, os pares evoluem, portanto, de lado. A
certa altura, «quando a música repica», «o bailho é rebatido», isto é, os pés
batem no chão com mais vigor, parando a roda, para prosseguir logo de seguida. Mais
adiante, os pares «valseiam», entenda-se bailam agarrados girando no mesmo lugar, após
o que a roda de novo retoma a sua evolução, sempre para o lado direito. Com algumas
variantes de pormenor, foi assim que captámos a coreografia do corridinho estremenho.
José Alberto Sardinha |