At-Tambur.com - Músicas do Mundo

Como anunciar aqui?

Recolhas

Canais: Principal | At-Tambur | Notícias | Curtas! | Recolhas | Instrumentos | Dança | Outros Sons | Internet | Grupos Musicais | Agenda

Principal > Recolhas > Os Bailes Tradicionais > Danças Tradicionais > Bailarico

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para... Os Bailes
Tradicionais

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para...

O Baile como Rito de Passagem

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para... A Evolução dos Bailes Populares

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para... Os Bailes Populares da Cidade de Lisboa

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para... As Danças

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para... Resumo dos Fonogramas

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

.

Fonte:
Tradições Musicais da Estremadura

Os conteúdos aqui apresentados foram retirados do Livro "Tradições Musicais da Estremadura" de José Alberto Sardinha, uma cortesia do autor e da Editora Tradisom.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Ir para...

Encomende aqui
Tradições Musicais da Estremadura
Obra com 650 páginas, mais de 500 imagens (fotos e gravuras) e 120 partituras, a acompanhar 3 CDs de recolhas musicais. Mais...

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

As Danças Tradicionais - Tradições Musicais da Estremadura
O Bailarico
Exemplo: Audio em MP3... Bailarico (Torres Vedras, Turcifal, Colaria, 1987)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Armando Leça apontou como predominantes na Estremadura as seguintes danças: fandango, bailarico e verde-gaio, o que revela o importante lugar que o bailarico («bailharico» ou «bailarito») ocupava, pelos anos 40, nos gostos bailatórios do povo estremenho. Forçoso é reconhecer o acentuado declínio que sofreu de então para cá, pois, tirante os bailes de roda, apenas ocupa o sétimo lugar nas danças que registámos na Estremadura: vinte e um espécimes, recolhidos nos concelhos de Caldas da Rainha, Lourinhã, Torres Vedras, Alenquer, Mafra, Loures e Sintra.

O bailarico é dançado pelo Alentejo, Ribatejo, Algarve e Estremadura. O lugar comum, que se encontra muito generalizado mesmo entre os estudiosos, de que o bailarico é saloio, ou e que, pelo menos, é na região saloia que mais – e mais bem – é dançado, não se encontra comprovado através de rigorosas e competentes investigações de campo e análises comparativas.

Armando Leça transcreve solfas de Caldas da Rainha e de Torres Vedras e, no levantamento músico-popular que realizou em 1939/40 para a Comissão da Comemoração dos Centenários, gravou um bailarico, aliás muito interessante, em Milagres, Leiria. A primeira das referidas solfas reporta-a, pelas suas contas, ao terceiro quartel do século XIX. Foi também na região de Leiria que ouvimos um dos mais bonitos bailaricos que conhecemos.

João Paulo Freire – O Saloio –, p. 74, inclui o bailarico saloio nas danças preferidas pelos saloios no final da mesma centúria e, a p. 354, reproduz uma conferência do Dr. Carlos Galrão que, em 1942, dizia: «Nos bailes saloios vão-se infiltrando as danças elegantes, desaparecendo o antigo bailarico». Esta afirmação confirma a antiga aceitação do bailarico entre os saloios, o que nos é ainda demonstrado por Tomaz Ribas. Rodney Gallop também associa a dança do bailarico à província da Estremadura.

O bailarico é cantado e era outrora uma das formas preferidas de canto ao desafio. Citamos de novo João Paulo Freire: «A predilecção do saloio foi sempre pelo bailarico saloio, pela cantiga ao desafio em que o saloio e a saloia se exercitam em verdadeiros torneios cantantes, de acerada e, por vezes, contundente ironia».

Reproduzimos um destes desafios que colhemos bem perto da terra natal de João Paulo Freire, no Paúl, concelho de Mafra. Note-se a obrigatoriedade de o primeiro verso de cada cantador corresponder ao último do anterior, que é regra muito comum nos desafios de várias províncias (nalguns casos apenas é obrigatória a rima) e que poderá provir da tenção medieval, ou então, simplesmente, do leixapren da mesma era. (...)

A coreografia que apurámos para o bailarico estremenho (Mafra, Torres Vedras, Lourinhã, Loures) é a seguinte: uma roda, com os pares «desagarrados», frente a frente e de costas viradas para o outro elemento do par vizinho. Na primeira parte da música, a roda gira, com as raparigas recuando a bailar e os rapazes avançando em direcção a elas. Os passos são miúdos e saltitantes e tanto eles como elas levam as mãos no ar. Na segunda parte da música, os pares agarram-se e «valseiam» (bailam agarrados girando no mesmo sítio), primeiro para um lado e depois para outro. Este era o «bailarito singel» (singelo), pois havia o «bailarito passado», em que, a certa altura, cada um «passa» pelo elemento do par vizinho que lhe está mais próximo, fazendo um oito em seu torno e voltando ao mesmo sítio. O bailarico bailava-se «de quatro, de seis, ou de oito» (quatro pares, seis pares, ou oito pares).
Voltar ao Topo José Alberto Sardinha

 

Canais: At-Tambur | Notícias | Curtas! | Recolhas | Instrumentos | Dança | Outros Sons | Internet | Grupos Musicais | Agenda

Newsletter | Fórum | Chat | Pesquisas | Contactos | Publicidade | Quem somos

.....................................................