Cartaz |
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Figninto
Figninto é aquele que
nada vê, o cego, em língua Bambara. Vê-se só com os olhos? Vê-se realmente o
que há à nossa
volta?
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CV Matrix 25
CV Matrix 25, a saga de um povo... o cabo-verdiano
Homens e mulheres apaixonados, tristes, mas com esperanças de um dia melhor. |
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Pêtu
Pêtu fala da cultura e da história de Cabo Verde, da
vivência, no tempo dos sobrados, entre o preto, o mulato e o branco, a
luta pela sobrevivência...
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Produção
Centro Cultural de Belém
DANÇAS NA CIDADE |
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Ciclo Nova Dança de África no
CCB
Raízes na Dança conteporânea africana
Centro Cultural de Belém, Pequeno Auditório
Dezembro: Dias 2 e 3 - Figninto | Dias 7 e 8 - Pêtu | Dia 10 - CV Matrix 25Um dos
estereótipos mais persistentes sobre a cultura africana é provavelmente que os africanos
são um povo que tem um talento inato para o ritmo, o movimento e a dança. Quando se
pensa em danças de África, geralmente, vem-nos à memória danças tradicionais e
rituais, com os seus saltos atléticos, figurinos exóticos e ritmos de êxtase. A dança
tradicional africana é, de facto, uma expressão fortíssima de sentimentos artísticos,
emocionais e religiosos, que não tem igual pelo mundo fora.
No entanto, esta imagem precisa de dois importantes ajustamentos. Em primeiro lugar, é
uma generalização pouco correcta falar do povo africano. África é habitada
por centenas de povos diferentes e, embora tenham muito em comum, cada um destes povos tem
a sua própria cultura, os seus próprios hábitos e muitas vezes a sua própria língua.
Só em Moçambique, por exemplo, são faladas 52 línguas africanas diferentes.
Em segundo lugar, é importante frisar que África é um continente em movimento. Houve,
em todos os novos estados africanos, a seguir da independência, um movimento forte e
natural que procurava voltar às origens. Finalmente, pensava-se, era possível viver a
própria cultura, sem restrições, sem medo, sem interferência da cultura do
colonizador. Na área da dança, isto significava um esforço admirável de pesquisa e
re-descobrimento das danças tradicionais, muitas vezes já fora de uso depois de anos de
guerra. Nesta primeira fase, tudo o que vinha do ocidente era suspeito, mas à medida que
as relações com os países do Norte se iam regularizando, cresceu a curiosidade e a
vontade de se inserir num mercado artístico cada vez mais internacional.
Começando pela música, os artistas do velho continente começaram a experimentar
misturar elementos locais com influências artísticas internacionais.
Também os bailarinos e coreógrafos, começaram a procurar alargar o seu vocabulário.
Hoje em dia, existem em vários países africanos companhias e coreógrafos que já não
se contentam com a manutenção das danças tradicionais; querem assumir o papel do
autor/criador e alargar o seu vocabulário coreográfico, para poder falar sobre a vida
urbana, com a sua aceleração, o seu cosmopolitismo, os problemas sociais,... Hoje em
dia, a procura destes pioneiros de uma nova fusão entre as suas raízes culturais
africanas e as várias formas e estilos da dança contemporânea ocidental, é uma das
mais fascinantes evoluções da arte coreográfica.
Em dois pequenos ciclos, o Centro Cultural de Belém apresenta estas novas danças
africanas: este mês de Dezembro, serão apresentadas duas peças do coreógrafo Mano
Preto da companhia Raiz di Polon de Cabo Verde, Pêtu e CV Matrix 25, e o espectáculo
Figninto da companhia Salia nï Seydou de Burkina Faso. Para o mês de Junho do próximo
ano, já estão previstas duas estreias, uma pela companhia Raiz di Polon, desta vez numa
coreografia de Zema Monteiro, e outra pela Companhia Nacional de Canto e Dança de
Moçambique.
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