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Imprensa

. . Gonçalo Carneiro, José Miguel, Sérgio Crisóstomo, João Simas e Tiago Costa-Freire


O que vai dizendo a imprensa

“...um disco que é feito de frescura, festa, encanto, dança e descoberta...”
“Arabesca”, o tema que abre o álbum de estreia dos At-Tambur, homónimo, bem que podia ser uma remistura de dança – passe as devidas distâncias – de alguns dos temas do álbum Tão Pouco e Tanto, de Janita Salomé. Vontade de Fusão, de mistura, de descoberta... Em “Arabesca” convivem a música árabe, o rock, a música transmontana, didgeridoos, vocalizações indianas/scat jazístico e um didgeridoo australiano. E os At-Tambur – uma formação de músicos quase todos muito jovens, apesar de já andarem há bastantes anos nestas andanças – passam com distinção na primeira prova: a do bom-gosto, a de abertura de espírito, a de pesquisa. Depois, a banda lisboeta atira-se, com a mesma abertura e bom-gosto, a alegres jigs irlandeses, tradicionais transmontanos enfeitados com belíssimas vozes femininas, tradicionais nórdicos e música klezmer, com alguns originais – “Sanfoneiro”, que deve alguma coisa às harmonias da saudosa “Penguim Café Orchestra”, ou “Valsa de Cinco Tempos”, um “instrumental” que se transforma numa canção tão leve que parece uma nuvem a passar no horizonte – a ajudar a um disco que é feito de frescura, festa, encanto, dança e descoberta e é movido a instrumentos acústicos: sanfona, acordeão, violino, violoncelo, flautas e gaitas... Uma pérola.
(8/10)
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António Pires, Blitz - Agosto de 2003

 

"...eis a mais recente revelação da folk portuguesa..."
Depois dos Vai de Roda, Gaiteiros de Lisboa e dos Realejo, eis a mais recente revelação da folk portuguesa. Têm vários pontos a seu favor, o menor dos quais não será o de todos os seus membros saberem tocar, aliando a formação clássica de alguns deles e muito trabalho de ensaios. Inseridos numa tradição nobre da folk europeia, de grupos como Blowzabella, Lo Jai ou La Ciapa Rusa, os At-Tambur cultivam o gosto pelo ecletismo e pela improvisação, sem que isso implique o esquecimento das regras e das pulsações tradicionais. A partir de um repertório que inclui composições próprias, tradicionais portuguesas (os únicos vocalizados), sefarditas e escandinavos, ao lado de um "Jig" de Paul James (Blowzabella) e um "Bourrée" de Gilles Chabenat (arranjado e executado de forma superlativa, os grandes grupos atrás citados fazem assim!) e utilizando uma paleta instrumental rica (sanfona, violino, flautas, acordeão, gaita, cordas, etc.) os At-Tambur criam "tradições imaginárias", passam pelo minimalismo, pela música de sabor antigo e pela excelência de baladas como "D. Fernando", com um sentido estético inultrapassável que apenas pecará por certas "adiposidades" ao nível da improvisação. Nada que o próximo disco não lime. Um Clássico instantâneo.
(8/10)
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Fernando Magalhães, "Y" - Jornal Público - Junho de 2003

 

"...supreende e cativa desde o primeiro momento..."
É um disco de estreia que supreende e cativa desde o primeiro momento: pela dedicação a uma causa, a da música "de raiz", alternando a adaptação de tradicionais com a apresentação de originais, sem que esse vai-vem implique oscilação de intensidade; pelo rigor dos arranjos, capazes de criar espaços a todos os instrumentos, evitando exibicionismos e privilegiando o colectivo que é, afinal, o que faz sentido nesta área; pelo próprio naipe de instrumentos que, com acerto, vai deslizando pelo disco: violino, bateria, sanfona, guitarra acústica, flautas doces, contrabaixo, voz e concertina, repertidos por cinco elementos fixos e por diversos convidados. O álbum viaja sobretudo por cenários europeus, escapando a leituras rígidas ou monocórdicas. E, sem desprimor para os outros participantes, atenção às vozes de Anabela Fernandes e Margarida Simas, esta irresistível em "Valsa de 5 Tempos". De grande mérito, no Global.
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João Gobern, "TV Guia" - Maio de 2003

 

"...são instrumentistas de primeira água e com um bom-gosto e uma mestria técnica assinaláveis..."
Grupo de Muitos Bailes: O disco, recém editado, é uma bela surpresa. Um dos melhores a sair nos últimos anos naquele território cada vez mais visitado da "música que vai às raízes para delas extrair uma ou outra música nova". O disco chama-se "At-Tambur", tal como o grupo, e é uma perolazinha de música a descobrir. Mas ao vivo eles são ainda melhores. Com um percurso feito em festas, bailes tradicionais, no Andanças, o grupo mostrou, na FNAC do Colombo, que é uma oleadíssima engrenagem de ritmos e melodias que vêm da Beira e de Trás-os-Montes, da Irlanda ou da cultura Klezmer/judaica. Talvez por isso, os At-Tambur sentem-se mais à vontade quando se atiram aos instrumentais ou, às canções, juntam momentos em que os instrumentos voam para além das vozes.
O primeiro tema mostrado, "Folhinha do Salgueiro", começa por ser um tradicional beirão, cantado por Margarida Simas - uma flor de voz frágil e bela -, mas depressa parte para um delírio atlântico onde tanto se podem ouvir os Madredeus como uma Penguin Cafe Orchestra em férias no Sul de Espanha. Outros temas cantados - como os romances transmontanos "D. Fernando" e "D. Ângela" - levaram ao auditório momentos de paz, beleza e seneridade absolutas; mas foram os temas mais rápidos, dançáveis e festivos que mostraram, cabalmente, todas as qualidades dos At-Tambur. Fosse em tradicionais estrangeiros adaptados - como "Israelita", "Jig Horizonto/Dança do Urso" ou "Sueca" - ou em originais do grupo - como "Valsa de 5 Tempos" ou "Arabesca" (que avança da música do norte de África para uma desbunda Rock/Hedningarna com Didgeridoo acoplado) -, os At-Tambur provaram que são instrumentistas de primeira água e com um bom-gosto e uma mestria técnica assinaláveis. Sérgio Crisóstomo (violino e concertina), José Miguel (sanfona e concertina), Tiago Costa-Freire (flautas e didgeridoo), João Simas (Guitarra), Gonçalo Carneiro (bateria) e Margarida Simas (Voz) vão voltar a tocar - e a mandar no baile - por aí.
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António Pires, Blitz - Junho de 2003

 

"...apetecia escutar mais heterodoxias do estilo de «Arabesca», «Chotiça Swingada», «Sueca»"
É verdade que, no dicionário, "tradição" aparece como sinónimo de "transmissão de dogmas de geração em geração", "memória", "uso", "hábito". Mas, para nos ficarmos por tempos relativamente recentes, pode claramente afirmar-se que, mesmo no domínio das chamadas "músicas tradicionais", há um antes e um depois. Internacionalmente, por exemplo, "antes e depois de Hedningarna". Nacionalmente, "antes e depois dos Gaiteiros de Lisboa". Isto não significa que seja necessário fazer como os Hedningarna ou os Gaiteiros fizeram. Quer apenas dizer que o universo de absoluta liberdade que ambos abriram já não deixa espaço para muita tolerância em relação a alguns modelos de "tradicionalismo" mais conservadores (haja aqui ou não paradoxo incluído). O projecto At-Tambur é constituído por óptimos músicos de ampla erudição e prática folk/trad, mas demasiado agarrados ainda a uma concepção tradicionalista: entre a folk anglo/euro/celta acústica dos anos 70/80, a autenticidade de legitimação giacomettiana, a afeição às atmosferas, formas e estilos da "early music" e, só a espaços, alguma suave iconoclastia bebida, talvez, por entre a discografia da Penguin Cafe Orchestra. As interpretações são imaculadas, o prazer de tocar é evidente, não ficam dúvidas que os At-Tambur (cujo "site" na Net, aliás, é uma muito compreensiva montra do panorama "world" tal como em Portugal se reflecte) têm o vocabulário tradicional a correr-lhes nas veias, mas apetecia escutar mais heterodoxias do estilo de "Arabesca", "Chotiça Swingada", "Sueca" e muito, muito mais além (paradigma nacional actual: Sexto Sentido, da Sétima Legião), e menos academismo tradicionalmente correcto.

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João Lisboa, Expresso - Julho de 2003

 

"Um disco amadurecido (...) na vanguarda dos mais inventivos projectos lusos..."
Já tardava a aparição do primeiro disco dos At-Tambur. Mas valeu a pena. Há muito que este não é um projecto que apenas anima bailes. Neste disco de estreia, sente-se a inconformidade em evitar os lugares comuns de muitos projectos da área tradicional, apesar de beber um pouco no universo “drone” dos brilhantes Blowzabella. Há pesquisa, trabalho de casa feito e, sobretudo, o saber apostar na altura devida. Um disco amadurecido que os coloca na vanguarda dos mais inventivos projectos lusos, a par de Gaiteiros de Lisboa, Amélia Muge, Realejo, Brigada Vítor Jara (na fase em que tocam com o sexteto de Tomás Pimentel).

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Luis Rei, BLOG "Crónicas da Terra" - Junho de 2003

 

"...uma visão inovadora e universalista das tradições musicais europeias."
At-Tambur: Uma grande banda de Folk português, composta por excelentes músicos e uma visão inovadora e universalista das tradições musicais europeias. O álbum de estreia acabou de ser editado.

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Roteiro | Ao Vivo - "Y" - Jornal Público - Junho de 2003

 

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