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Foto de Sérgio Granadeiro

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O Contágio da Dança
De encontrões vive também o Carnaval de Cabanas de Viriato, onde a «dança dos cus» mantém viva uma tradição nascida em 1865, quando o sucesso de uma representação do grupo de teatro trouxe para a rua actores e actrizes. Mais...

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Ir para... Direito ao Enterro
O «ALMOÇO do grelo» é também a forma de reunir, na quarta-feira de cinzas, os animadores do Entrudo da Chamusca. Para trás ficaram os bailes e o Carnaval trapalhão, assim como o jogo de futebol na praça de touros... Mais...

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Ir para... A Voz da Aldeia
De quadras também vive o Entrudo da Amareleja. Situada na raia alentejana, pela vila passou, nos anos de guerra, muito contrabando. De Espanha também terão vindo as «danças» ou «estudantinas», manifestação semelhante às «murgas» andaluzes e às «brincas» de Évora. Mais...

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Ir para... A Arte das Máscaras
Caretos é também a designação dos mascarados de Lazarim. Mas ali, na proximidade de Lamego, conta mais a máscara, esculpida em amieiro, do que o fato. E, dado inesperado, nenhuma das práticas do Entrudo está vedada às mulheres... Mais...

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Tradições
Viagem ao velho Entrudo
João Garcia
(In "Jornal Expresso" de 21 de Fevereiro de 1998)

Desde há mais de 2500 anos que o homem se diverte, pelo menos uma vez ao ano, de um modo irreal e utópico. Era assim nas Saturnais romanas e nas manifestações gregas do século V A.C. E é assim, ainda, no Carnaval do nosso tempo. Do verdadeiro Entrudo, porém, já pouco resta. Ele tem sido substituído pela festa do Rio de Janeiro - mal imitada em vários pontos do Globo.

JOAQUIM Leandro Grosso tem 74 anos e, apesar de viver numa pequena vila, poucos o conhecem pelo nome. Ele é o Joaquim Minuto. Mais razão de queixa tem o Galdéria, Francisco Carneiro de seu nome. Ambos ficaram marcados por terem participado, ainda não tinham idade para ir às sortes, nas danças que a população da Amareleja organiza para assinalar o Entrudo.

A Francisco coube representar o papel de uma mulher pouco recatada, e a alcunha colou-se-lhe para não mais o largar; Joaquim Grosso, pequeno de estatura, foi alvo, há 62 anos, de um verso que ainda recorda: «Triste do pobre minuto / não tem azeite nem pão / se por acaso reclama / não lhe damos a razão.»

O Galdéria e o Minuto são duas «vítimas» do Entrudo, época de excessos que também trouxe dissabores a Amândio Ruas, agora presidente da Junta de Freguesia de Lazarim, a meia dúzia de quilómetros de Lamego. Era rapaz quando perdeu a namorada, ofendida que ficou com uma «deixada», dita durante o testamento das comadres e dos compadres. Entrudo de caretos, jovens escondidos por máscaras esculpidas em amieiro, a festa de Lazarim termina com a queima da comadre e do compadre, logo após a leitura dos testamentos - recriminações mútuas entre rapazes e raparigas que nalguns casos deixou mossas e até já levou à intervenção do tribunal, terreno escolhido para lavar honras. A maioria, porém, sabe que no Carnaval nada se leva a mal, e, dadas as explicações pedidas, resta esquecer que... falta um ano para novo testamento.

Mais protegidos contra retaliações, os caretos de Podence - com máscaras de lata e vistosos fatos de coloridas franjas de lã - tomam conta da aldeia e nunca se dão a conhecer. «O careto é poder», dizem e praticam, como, aos 78 anos, bem se recorda a «vítima» Teresa Viegas: «Uma vez apanharam-me, eram mais de 20, e até as calças me rasgaram.» Os costumes, agora que os caretos já são chamados a entrar nos desfiles de abertura do Carnaval da Eurodisney, ou a exibirem-se em Nice e na Expo, tiraram-lhes agressividade. Mas ai da rapariga que apanhem pelas ruas da aldeia: «Onde há um rabo de saias há um careto pronto a chocalhar», designação que dão aos movimentos que obrigam os chocalhos, pendurados dos cintos, a bater nas moças menos prevenidas.

 

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