Lançamento
Mandrágora
Descobrir o Tesouro
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. .Os Mandrágora vêm
desenvolvendo a sua carreira em lume brando e, sem pressas, vão conquistando um espaço
próprio no panorama da chamada folk portuguesa. O disco de estreia revela uma banda que
quer inovar e que prefere desafiar quem os ouve.
Os Mandrágora são do Porto e destacam-se pela criatividade das suas
composições, temas originais, que bebem influências na tradição musical portuguesa e
pontuam no encontro com outras culturas.
Em 2000 apareceram com uma primeira maqueta, Presença - que
resultou do trabalho conjunto de Filipa Santos, Ricardo Lopes e Pedro Viana - o que lhes
valeu a atribuição do 2º lugar nos Prémios Maqueta 99, organizado pela Deixe de
ser duro de ouvido, na categoria tradicional.
Desde essa altura os Mandrágora despertaram curiosidade aos ouvidos mais
atentos; e foram aqui e ali aparecendo com algum destaque. Esse é o caso da
participação na 1ª edição do Festival Intercéltico de Sendim e também a
representação nacional no 2º Encontro Europeu de Jovens Músicos Tradicionais em
Parthenay, França - resultando do também 2º lugar conquistado no Folkontest, organizado
pela Etnia em Grândola.
No Inverno de 2002 é gravada a segunda maqueta, O Aranganho, com a
participação de Sophie Kalisz. Esta gravação acabaria por servir de balão de
ensaio para o futuro disco, confirmando o grande potencial desta jovem formação
musical portuense, ainda a braços com algumas ideias em bruto.
Finalmente em 2005 é editado o álbum de estreia Mandrágora pela
Zounds Records, um disco despojado de operações de "corte & costura" de
estúdio e que procura registar aquilo que a banda acredita ser a sua personalidade
musical ao vivo.
Mandrágora assinala uma óbvia evolução sobre as maquetes
anteriormente apresentadas. Primeiro porque assenta em decisões musicais mais seguras e
determinadas. Segundo, porque assenta numa produção mais cuidada e profissional.
Contudo, também perde alguma da expontaneadade aventureira própria das
maquetes (há que não correr riscos...). Algo bastante evidente em temas como "E Pia
o Mocho" (aquele que é o mais bem conseguido original) que aqui se apresenta
demasiado agarrado às previsíveis comparações com os Hedningarna, muito pelas escolhas
rítmicas.
Os Mandrágora revelam pela positiva uma gaiteira (praticamente a única
portuguesa com este destaque numa banda) e perdem terreno na secção rítmica, face ao
que deles se conhecia ao vivo. Mantém a sua linha sonora alternativa, a contornar
melodias e simples cantarolices. São uma espécie de odisseia sonora, a exigir múltiplas
audições, para que se lhe revelem as virtudes. Aqui e ali, algumas fragilidades vão
deixando marcas, amplificadas pelas múltiplas audições em busca do tesouro. É aqui,
precisamente, que a secção rítmica comete os seus maiores "pecados" e que
alguns dos instrumentos não acompanham a pujança da Gaita de Foles.
Não sendo um disco imaculado, nem acreditamos que seja essa a intenção,
"Mandrágora" merece atenção e vai ao encontro das expectativas geradas. Vale
a pena conhecer, e se possível também ao vivo.
Os Mandrágora actualmente são: Filipa Santos nas flautas, saxofone, gaita de
foles; Ricardo Lopes nas percussões, flautas, throat-singing; Pedro Viana na guitarra
clássica; Luís Martinho na guitarra 12 cordas, baixo eléctrico e Sérgio Calisto na
guitarra 12 cordas, violoncelo, moraharpa.