| Parlamento muda lei para permitir
trasladação
Amália no Panteão Nacional
na Primavera de 2001
Texto Publicado no Publico Quarta-feira, 13 de
Setembro de 2000
A Assembleia da República vai realizar no próximo dia 11 de Outubro uma sessão especial
dedicada a Amália Rodrigues, na qual irá mudar a lei de forma a permitir a trasladação
do corpo da fadista para o Panteão, na próxima Primavera. Esta solução que foi
previamente acertada entre o presidente da Assembleia da República, António de Almeida
Santos, e o Presidente da República, Jorge Sampaio, foi ontem aprovada em conferência de
líderes parlamentares, embora a data ainda seja só indicativa.
Uma das hipóteses em cima da mesa era a realização de uma sessão de homenagem à
fadista, mas esse seria um agendamento problemático, pois iria enfrentar a oposição de
vários grupos parlamentares. A mesma oposição é previsível para a solução adoptada,
mas a sua aprovação está garantida à partida, com o apoio do PS, do PSD e do PP.
A trasladação do corpo de Amália para o Panteão Nacional, ou mesmo para os Jerónimos,
tem vindo a ser reclamada desde a sua morte, no dia 6 de Outubro do ano passado. Os seus
admiradores, assim como várias figuras públicas, têm considerado indamissível o facto
de a figura maior do fado estar sepultada num simples gavetão de cemitério nos Prazeres.
Contudo, segundo a lei, o corpo só pode ser trasladado passados quatro anos sobre a morte
da pessoa em causa. É essa mesma lei que o Parlamento irá mudar, em princípio no
próximo dia 11, admitindo o prazo mínimo de um ano para a trasladação. No mesmo dia
será aprovada uma deliberação da Assembleia da República criando as condições
necessárias para que o corpo de Amália seja trasladado para o Panteão Nacional. Aliás,
có com uma deliberação da AR é que um corpo pode ir para o Panteão.
A Assembleia da República irá também criar uma comissão para preparar e acompanhar a
trasladação do corpo de Amália. Essa comissão deve ter um representante de cada grupo
parlamentar, incluindo ainda a participação de outros cidadãos. E.L.
(Jornal Público)
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