Várias cidades
Festival
Sete Sois Sete Luas 2002
Vários Locais - de 20 de
Junho a 15 de Novembro de 2002
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Em junho, arrancou uma vez mais o Festival Sete
Sóis Sete Luas - que irá durar todo o verão. Agora o festival prepara-se para percorrer
diversas localidades do nosso país: Ponte Sôr, Stª Maria da Feira, Oeiras, Odemira,
Castro Verde, Águeda e Faro...
O Festival Sete Sóis Sete Luas, iniciado em 1993, é um projecto
promovido por uma Rede Cultural de cerca 50 pequenas cidades de cinco países: Portugal,
Itália, Espanha, Cabo Verde e Grécia.
Este ano o Festival alcança a sua décima edição, afirmando-se
principalmente no sector da música popular, étnica e tradicional (mas também no campo
do teatro e das artes plasticas), trazendo aos palcos das cidades participantes grandes
figuras da cultura europeia.
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Participantes
O Mês de Julho Sete Sois Sete Luas
Iremos dar aqui conta do programa do festival, que neste caso prossegue, no mês de
Julho, por Ponte de Sôr, Stª Maria da Feira, Oeiras, Águeda, Odemira, Faro e S. Braz de
Alportel.
Dia 08 - Ponte
Sôr | Dia 20 - Odemira
Teatro de L'Ull
O Teatre de l'Ull é uma companhia independente, fundada em 1982 em
Valencia, que tem realizado até hoje vários espectáculos quer para as salas de teatro
quer para a rua. Paralelamente ao trabalho nos circuitos teatrais nacionais e
internacionais (com apreciadas digressões na Alemanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra,
Escócia, Polónia), o grupo desenvolveu uma linha artística particular criando
espectáculos para eventos especiais.
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Dia 08 - Ponte
Sôr
Navegante
Navegante é um projecto de José
Barros e que recentemente editou Rimances, um disco cheio de convidados e amigos músicos,
dedicado ao romanceiro tradicional português. O Navegante Nasceu em 1992 de um projecto
pessoal de José Barros, e funde-se com o currículo do seu líder e fundador. De José
Barros e Navegante se poderá dizer que nasce na sequência de um trabalho que contou com
a fundação do grupo Bago de Milho (1983/86 ó quatro anos de existência e um disco), do
grupo Romanças (seis anos e dois discos), e a colaboração com a Ronda dos Quatro
Caminhos entre 1991 e 1994. Ao "José Barros e Navegante" junta-se Rui Júnior,
Carlos Passos, Jorge Cruz, José Martins e Quim Correia, nomes bem conhecidos na área da
música popular, clássica e jazz. A ligação de José Barros à música tradicional
portuguesa, expressa em gravações e espectáculos por todo o país e estrangeiro, feita
através de grupos por si fundados ("Bago de Milho", "Romanças")
desde 1983, dão a este projecto o enriquecimento e uma sonoridade que identifica a
música portuguesa e o próprio grupo. Para isso muito contribuiu a passagem de todos os
músicos que, com José Barros, têm trabalhado neste projecto. Em 1998 entram para o
grupo Vasco Sousa e João Luís Lobo, bem como Hugo Tapadas, Miguel Catalão e Miguel
Tapadas, coincidindo com a gravação do terceiro CD, formação essa (conjuntamente com
José Barros e Carlos Passos) que hoje compõe o grupo ao vivo e em gravações.
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Dia 12 - Pte.
Sôr | Dia 13 - Stª Maria
Nour Edinne
Extraordinário cantor e
multinstrumentista marroquino de origem berbere. A sua música junta sons e atmosferas de
profunda espiritualidade aos ritmos arrebatadores da festa ritual, quando as percussões
são protagonistas absolutas: o resultado é uma envolvente ìcuraî colectiva para a
mente e para o corpo. Músico, cantor e coreógrafo de antiga origem berbere. Autor de
várias obras musicais nos estilos do deserto e do Mediterrâneo. Fundou vários grupos de
música étnica, entre os quais os: Azahara, Desert Sound, Jajouka, realizando concertos
tanto em Itália como no estrangeiro.Participou no filme argelino Líalbero dei Destini
Sospesi (54° Mostra díArte Cinematografica de Veneza) e ainda, como cantor, no filme
Líappartamento de Marco Bellocchio. Nour-Eddine apresenta agora o seu novo espectáculo
baseado na redescoberta da rica e fascinante tradição tribal e ritual Gnâwa e Jahjûka,
com ligações ao sufismo. A cerimónia Gnâwa, que decorre durante uma noite inteira, é
um rito de possessão com funções essencialmente terapêuticas composto por três fases:
åada, uma procissão cheia de cores, um desfile barulhento e frenético que convida para
a dança e para a vibração; os kûyû, uma série de danças a cargo dos músicos que
ainda não é o transe, mas sim um preliminar do transe, um espectáculo, enfim uma
preparação para a última fase (a mais séria): a fase dos mílouk, durante a qual, numa
travessa, são trazidos incenso e véus de cores variadas que servem para identificar os
sete diversos símbolos mílouk, cuja alternância paroxística leva o transe ao seu
estádio mais alto. A voz extraordinária de Nour-Eddine (mas também toca alaúde,
percussões, viola e ghaytâ) é acompanhada por uma banda de jovens músicos do Magrebe.
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Dia 12 - Stª
Maria
Né Ladeiras
Nascida em 1959, foi influenciada desde
tenra idade pelo ambiente musical que se vivia na sua família. A mãe cantava opereta, o
pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, cavaquinho, braguesa e
percussões portuguesas. Faz a sua primeira aparição pública com a idade de seis anos,
no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Em 1974 inicia o seu primeiro
projecto musical importante como membro fundador da Brigada Vitor Jara. Com este grupo
grava dois álbuns e chega a fazer uma digressão pela União Soviética. Em 1979 é
convidada pelo Manuel Faria a integrar os Trovante e grava nesse mesmo ano o single
ìTocar a Reunirî. Em 1982 surge ìAlhurî, o seu primeiro trabalho a solo, produzido por
Ricardo Camacho. Em 1984 grava ìSonho Azulî, uma produção de Pedro Ayres Magalhães,
com músicas de Né Ladeiras e de Pedro Ayres, que é também responsável pelos textos.
Em 1994 grava "Tras-os-Montes", após ter trabalhado dois anos na pesquisa de
material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas. Este trabalho
foi galordeado com o prémio José Afonso, que distingue o melhor álbum da música
portuguesa feito em cada ano. Após "Tras-os-Montes" Né Ladeiras teve em 1996 a
oportunidade de realizar um sonho antigo: gravar um álbum inteiramente dedicado à
música de Fausto. Este álbum foi editado pela Sony Music em 1997. Em 2001 sai o novo
trabalho "Da Minha Voz" com as prestigiadas intervenções de grandes nomes da
música brasileira como Ney Matogrosso e Chico César.
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Dia 13 - Stª
Maria
Carlos Faiello
O repertório do ensemble Tammurriata
remix, grupo vocal e instrumental criado por Carlo Faiello, está orientado para
composições originais e tradicionais que sabem aproveitar o espírito da nova música
popular napolitana. O espectáculo As Danças de Dioniso é uma performance concentrada
nos ritmos rituais e espectaculares comuns a toda a área do Mediterrâneo. A exibição
decorre numa Babel de sons, línguas, gestos, a fim de evocar formas de danças
libertadoras ligadas à energia dionisíaca. Eis então a tammurriata (dança acompanhada
pelo característico tambor: a tammorra) do Vesúvio que se cruzar com o Rai argelino, os
frenéticos movimentos medio-orientais entrelaçam-se com o Sirtaki grego, enquanto as
moriscas se fundem com as tarantelas da Itália do Sul... Um inteiro espectáculo musical
para homenagear o gesto mais universal do mundo: a dança, através de movimentos
rítmicos que partilham da mesma origem: o baile acompanhado pelo tambor. De 1988 a 1998
Carlo Faiello foi um dos músicos e compositores do famoso grupo italiano "Nuova
Compagnia di Canto Popolare", participando com ele nos mais importantes festivais de
música internacional (Barcelona, Atenas, Tóquio, Edimburgo, Toronto, Rio de Janeiro,
Argel, Caracas, Paris) e até no Festival de Sanremo, em 1998.
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Dia 13 - Oeiras
Lindu Mona
A sua influência é múltipla e
diversificada e vai desde a música de raiz etnográfica e tradicional de Angola até ao
Jazz, Reggae, Nova Música Improvisada entre outras. Em Lindú Mona o regresso a África
é espiritual e físico. Por isso, na sua música sentimos os pássaros e os sons da
floresta, o tambor e os passos de dança, os Nzumbi (almas de um outro mundo), o dialecto,
e os instrumentos de música tradicional como o Kissange. As palavras dos seus temas são
como pinturas que reflectem as feras e a grande fogueira, os senhores e os escravos, os
homens BANTOS e os comerciantes de Zanzibar, as terras de Colombo e as ilhas, as tatuagens
e a nostalgia negra, o óleo de palma e o feitiço da Alma, enfim uma verdadeira rosa de
porcelana, nossa "Rosa Afra".
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Dia 14 - Stª
Maria
Rádio Tarifa
Os Radio Tarifa surgem no início dos
anos 90 da fusão do talento de três músicos extraordinários: Faín S. Dueñas,
percussionista de Valladolid e investigador da música medieval e árabe, Vincent Molino,
músico francês especialista de flautas árabes, e o granadino Benjamín Escoriza,
cantaor de Flamenco.O seu nome sugere-nos logo as coordenadas que definem a sua música; o
cabo de Tarifa é o ponto de Espanha mais próximo de África. Nas palavras de Faín:
"Tarifa é terra fronteiriça, terra de ninguém e, acima de tudo, varanda para o
Mediterrâneo". O seu estilo de interpretação, instrumentação e arranjos é o
mesmo que se empregou durante séculos na cultura Mediterrânica, apesar de modernizado.
É isso que, do ponto de vista técnico, diferencia os Radio Tarifa dos outros grupos.
Utilizam instrumentos que já os Egípcios faraónicos tocavam (tal como o Nay: uma flauta
de cana), os Gregos e Romanos (instrumentos mediterrânicos como os oboés de madeira ou
os harmónios), misturados com instrumentos modernos como o saxofone ou o baixo
eléctrico. Além das contínuas actuações por Espanha, tocaram também em outros
países europeus: Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suécia,
Finlândia, entre outros, tiveram a oportunidade de apreciar os Radio Tarifa num
palco.Porque Radio Tarifa é o contrário do que Faín chama ritmo único, o som único:
mil nuances, cem sombras, dezenas de gritos e canções populares de várias origens abrem
caminho por entre orquestrações diabólicas, harmonias impossíveis e escalas
imprevistas para se revolverem na sua desordem natural até encontrarem o seu objectivo: a
melodia mais bela ou a mais clara, a recordação e a homenagem ao que os nossos
antepassados costumavam ouvir e cantar, a beleza que se esconde na história e a que se
adivinha no futuro. Os Radio Tarifa têm o sabor salgado duma calle morisca, trepam pelas
obscuras costas judias duma aldeia de Castela, aproximam-se suavemente de um hospital
medieval de crianças e pulam pelo campo amarelo da Espanha pobre, anarquista e
libertária.
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Dia 18 - Águeda
| Dia 20 - Oeiras |
Dia 21 - Odemira
Ricardo Tesi
Riccardo Tesi é um dos mais destacados
expoentes da investigação do folclore europeu. Em ë78 descobre o acordeão diatónico e
decide estudá-lo com a ajuda de músicos tradicionais. Aprendeu portanto diferente
estílos e técnicas de execução existentes na Itália: do ìsaltarelloî do centro à
ìtarantellaî do sul, ao ìballo tondoî da Sardenha. Com esta banda propõe uma música
que sintetiza linguagens diferentes: além da música tradicional italiana, o jazz, o
rock, o baile de salão, a canção...
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Dia 19 - Oeiras
Sirtos
A música grega encontra as suas
raízes na antiguidade e nas tradições bizantinas, com influências da música arcaica
etrusca e romana. Na actualidade recebe influência da música tradicional dos povos
vizinhos do Mediterrâneo e dos Balcãs (Albaneses, Turcos). O concerto dos Sirtos alterna
pungentes baladas com ritmos irresistíveis, numa sequência de trechos tradicionais e
actuais que envolvem o público, como por exemplo a ìKaragounaî (dança da Tessalia),
ìTsifteteliî (dança do ventre) ou ìAnatolikóî (dança de origem turca). O grupo
Sirtos faz música popular tradicional grega desde 1980. Conforme é tradição nos seus
concertos ouve-se música de todas as regiões da Grécia. O ìbluesî grego chama-se
ìrebetikoî e constitui uma componente do concerto. Esta designação tem origem na
história, nos conteúdos dos cantos e da melodia individual. O ìrebetikoî teve uma
grande influência nas canções de Mikis Teodorakis. Algumas das suas composições fazem
parte do concerto dos Sirtos.
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Dia 27 - Oeiras
Manecas
Manecas Costa desenvolveu um sound
muito original, sintetizando as raízes culturais da Guiné-Bissau com as tendências
musicais mais actuais, com resultado muito interessantes. As sonoridades do grupo de
Manecas têm ritmo que convida o público para dançar. A formação no palco é composta
por 6 músicos (baixo, teclados, guitarra, percussões, bateria), que utilizam os
originais instrumentos da tradição musical da Guiné-Bissau, entre os quais o
característico korà (tambor com agua).
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Dia 26 - Faro |
Dia 28 - S. Braz Alportel
Bástya
A banda foi fundada em Ácsteszér em
Novembro de 1998 e desde logo representou dois países, sendo os seus músicos naturais da
Hungria e da Eslováquia; países, estes, em que começaram logo a exibir-se em festivais
de música folk, para serem mais tarde convidados a tocar para o mais amplo público
europeu na França, Suíça, Áustria e nos países balcânicos. Na Grécia participaram,
com um êxito estrondoso, no International Stringed-Instrument Festival. "A nossa
missão dizem os músicos da banda Bástya é a divulgação da música popular
húngara e do próprio zither". Bástya representa uma nova maneira de tocar a
música popular, inspirada nas tradicionais orquestras de cordas. Conforme este modelo,
utilizam zithers solistas, tenores e baixos, que equivalem a primeiro violino, violeta e
contrabaixo. Apesar de privilegiar a música popular húngara, procuram também favorecer
as audiências locais nos países onde costumam deslocar-se em tournée, tocando sempre
algo ìnativoî. Por isso orgulham-se dum repertório que inclui músicas populares da
Grécia, Macedónia, Croácia, Sérvia, Alemanha, França. Além disso, tocam músicas
célebres do repertório erudito transcritas para zither, como por exemplo Eine kleine
Nachtmusik de Mozart e as danças húngaras de Brahms.
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