Dossier
Fausto
Letras e Músicas Portuguesas
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Apresentamos aqui um conjunto de textos sobre a obra
de Fausto Bordalo Dias, da autoria de Viriato Teles, jornalista, escritor de canções e
também um entusiasta da música e da cultura em português.
Por Viriato Teles
Oficialmente, Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu em 26 de Novembro de 1948, em
pleno oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado «Pátria» que viajava de Portugal
para Angola. Foi nesta antiga colónia portuguesa que passou a infância e adolescência e
começou a interessar-se por música. Filho de beirões, assimilou os ritmos africanos a
que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas.
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Uma viagem em
dez etapas
Dez álbuns de originais num
total de 12 discos publicados em 30 anos são a face palpável da carreira daquele que é
hoje, possivelmente, o compositor e intérprete mais carismático da Música Popular
Portuguesa. |
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Por favor,
leiam estes discos
Quando editou «Por Este Rio
Acima», no já longínquo ano de 1982, Fausto Bordalo Dias estaria longe de imaginar a
verdadeira revolução que esse seu disco iria causar no universo da música portuguesa. |
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O primeiro grupo de que fez parte chamava-se Os Rebeldes e
cultivava, naturalmente, a música pop da altura. Em 1968, com 20 anos, fixou-se em Lisboa
para iniciar os estudos universitários (é licenciado em Ciências Sócio-Políticas e
frequentou um mestrado de Relações Internacionais) e foi no âmbito do movimento
associativo que se revelou como cantor, aproximando-se rapidamente do movimento que já
integrava então nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou
Vieira da Silva juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no
exílio e que teve um importante papel político e cultural na resistência aos
últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de
1974.
É impossível dissociar o seu nome de discos tão fundamentais da
música portuguesa contemporânea como «Por Este Rio Acima», «O Despertar dos
Alquimistas», «Para Além das Cordilheiras», «A Preto e Branco» ou «Crónicas da
Terra Ardente». Com Fausto, é toda uma viagem pelo universo dos sons, da memória
colectiva, do sentir mais profundo que nos une enquanto comunidade(s).
Com 12 discos gravados desde 1970 (dez de originais, uma
colectânea regravada e um disco ao vivo), Fausto é presentemente um dos mais importantes
nomes da música em geral e da música popular portuguesa em particular. E é, sobretudo,
um inquestionável grande poeta da música.