.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Alinhamento |
1 - A Luz
2 - Sete Mares
3 - Porto Santo
4 - Noutro Lugar
5 - Saudades
6 - O Canto e o Gelo
7 - A Volta ao Mundo
8 - Cantigas do Maio
9 - Por quem não esqueci
10 - Manto Branco
11 - Monção
12 - A Voz do Deserto
13 - Além-Tejo
14 - Longa se Torna a Espera
15 - Ascenção
16 - Glória
17 - A Promessa |
|
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . |
|
Colectânea
A História da Sétima Legião Canções 1983-2000
por João MaiaA
história da Sétima Legião começou há cerca de 18 anos, quando alguns amigos se
juntaram para criar uma banda que conquistou um segundo lugar num "anónimo concurso
de música moderna". Posteriormente seguiu-se a edição do disco "A um Deus
Desconhecido", em 1984, mas foi em 1987, com a edição de "Mar de
Outubro", que ficou definitivamente lançada a carreira de um dos grupos mais
emblemáticos da música portuguesa deste final de século.
Constituída por oito elementos (Rodrigo Leão, Pedro Oliveira, Nuno Cruz, Gabriel Gomes,
Paulo Marinho, Ricardo Camacho, Paulo Abelho e Francisco Menezes), a Sétima Legião foi,
a par de outros grupos como os Trovante, uma verdadeira incubadora de talento durante os
anos 80. Não admira por isso que alguns dos seus músicos tivessem depois participado em
projectos musicais de sucesso como os Madredeus (Rodrigo Leão e Gabriel Gomes), Danças
Ocultas (Gabriel Gomes, como produtor), Gaiteiros de Lisboa (Paulo Marinho) e o próprio
projecto a solo de Rodrigo Leão que por vezes conta também com a participação de Pedro
Oliveira.
A música da Sétima Legião sempre foi difícil de definir. Pop? Popular? Tradicional?
Talvez um pouco das três. Ao mesmo tempo que encontramos canções marcadamente pop,
conseguimos também achar temas instrumentais que têm mais de tradicional, ou mesmo
outros temas que misturam na perfeição estas componentes. A esta mistura de estilos não
será indiferente o amor que alguns elementos da banda têm por instrumentos mais
tradicionais como a gaita de foles (Paulo Marinho) ou o acordeão (Gabriel Gomes).
E quão difícil deve ter sido seleccionar os 17 temas do disco. Claro que hinos como
"Sete Mares" ou "Por Quem não Esqueci" tinham à partida lugar
garantido, pela popularidade que tiveram quando foram editados.
Mas no que respeita aos restantes temas, e dada a qualidade que a Sétima
Legião sempre colocou no seu trabalho, a escolha era realmente complicada. Foram deixados
de fora temas como "Senhora das Rosas" (uma colaboração com Luis Represas),
"Sem ter quem Amar", "O Regresso", "Tão Só" ou "Sem
Perdão" mas qualquer das canções com que a Sétima Legião nos brindou neste disco
têm tanta qualidade como estas. Saliente-se, em particular, a excelente ideia de incluir
neste disco temas compostos propositadamente para homenagens, tais como "Longa se
torna a espera" (homenagem aos Xutos e Pontapés) e aquele que será talvez um dos
mais belos temas de sempre da Sétima Legião: uma versão de "Cantigas do Maio"
composta para o álbum "Filhos da Madrugada", de homenagem a José Afonso.
Uma colectânea surge, normalmente, ou em pontos de viragem na vida de um grupo, ou no fim
dessa mesma vida. No caso da Sétima Legião, e para bem da música portuguesa em
português, esperemos que se trate da primeira alternativa e que este grupo nos continue a
brindar com o seu talento durante muitos e bons anos.
Porque apesar do que os mais cépticos possam pensar, o talento ainda lá está,
como o comprovam as canções "A Luz" e "A Promessa" escritas
propositadamente para esta colectânea. E, se olharmos atentamente para o título do
álbum, facilmente percebemos que ainda falta qualquer coisa nesta história, nomeadamente
no que respeita aos temas intrumentais que nunca poderão ser considerados como
"menores". Será que a história da Sétima Legião terá mais capítulos? Só o
futuro o dirá. João Maia
|