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GEFAC - Coimbra
XII Jornadas de Cultura Popular
13 de Abril a 28 de Maio de 2007
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Durante um mês e meio coimbra recebe as XII Jornadas de Cultura
Popular promovidas pelo GEFAC. No programa estão diversos debates e muitos espectáculos
musicais, teatro e cinema. O destaque do cartaz vai para os Gaiteiros de Lisboa.
Em 1966, estudantes da Universidade de Coimbra fundam o Grupo de Etnografia e
Folclore da Academia de Coimbra com o propósito de recolher, analisar e interpretar as
manifestações culturais, individuais e colectivas, das populações rurais nas
suas diversas vertentes: cantares, música instrumental, danças,teatro, usos e costumes.
Desde há 28 anos foram institucionalizadas em Coimbra as Jornadas de Cultura Popular, uma
realização bienal do grupo que tem proporcionado à cidade de Coimbra múltiplos
momentos de reflexão sobre a cultura popular, quer através de colóquios e
mesas-redondas como também pela realização deexposições, espectáculos de grupos
portugueses e estrangeiros, manifestações de rua, etc.
Tem sido propósito destas Jornadas promover o encontro de cada cidadão, não só com a
sua própria cultura mas também com a cultura de outros povos. Para isso, o grupo tem
apostado em programas de qualidade, escolhendo grupos que trabalhem a cultura popular de
uma forma viva pois acreditamos que só desta forma é que é possível afirmar a nossa
cultura no mundo.
O Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) comemora na temporada
2006/2007 o seu 40º aniversário e propõe-se a organizar as suas XII Jornadas de Cultura
Popular em torno desse evento.
Fórum
13 e 14 de Abril, Auditório do IPJ,
Coimbra
Fórum A Música Tradicional Portuguesa Velhos Trilhos, Novos
Rumos Fórum centrado na temática da música tradicional portuguesa, onde se
pretende abrir um espaço de discussão destinado ao público em geral, tendo particular
interesse para todos os que estudam a música tradicional portuguesa, que a criam ou
praticam.
1º Painel - A música todos os
dias
Espaço dedicado à discussão sobre a pertinência das recolhas na
actualidade, em virtude da persistência ou não de material para recolha. Abordar-se-á a
temática da função social da música tradicional, tentando perceber até que ponto a
música actual cumpre a mesma função. Será ainda questionada a existência de uma
identidade nacional fundada na Música Tradicional (dialéctica local/universal), tendo
como contraponto o caso da Itália.
2º Painel Educação
pela música
Momento de reflexão sobre o ensino da música em Portugal, nomeadamente
sobre o destaque que vem sendo dado à Música Tradicional nos currículos do Ensino
Básico, assim como a pertinência do uso do espólio museológico ao serviço da
Educação Musical.
3º Painel Tradição e
modernidade
Discussão sobre o potencial criativo da Música Tradicional, tentando
antecipar os elementos veiculadores dessa criatividade. Estarão também em destaque os
novos trilhos que podem surgir com base na música tradicional. Será ainda discutido o
lugar da Música Tradicional e de Raiz no âmbito do mercado discográfico.
Espectáculos
13 de Abril, 21.30, TAGV,
Coimbra
Gaiteiros de Lisboa
Foi em busca de um som próprio que, assente
fundamentalmente na combinação das sonoridades de diversos aerofones, não apenas de
tradição popular portuguesa, como também de outras culturas, que os Gaiteiros de
Lisboa conceberam em 1995 o seu primeiro CD Invasões Bárbaras e em
1997 Bocas doInferno. O seu trabalho privilegia o aspecto harmónico. Os seus
instrumentos são escolhidos segundo este conceito e se os normais não
bastam, o grupo inventa os seus próprios instrumentos. Usam instrumentos como a sanfona,
a kissange e o balafon africano, flautas várias, trompas, ponteiras, gaitas de foles e
tambores, muitos e furiosos tambores. O grupo formou-se em 1991 e é composto por músicos
que têm feito o seu percurso não só em torno da música e dos instrumentos populares,
mas também nos domínios do rock, jazz, da música clássica ou da música antiga.
14 de Abril, 21.30, TAGV, Coimbra
Espectáculo musical pelo GEFAC
Espectáculo integrado no Fórum A
Música Tradicional Portuguesa Velhos Trilhos, Novos Rumos
Ao longo dos seus 40 anos de existência, o GEFAC pautou a sua
actividade pela valorização da cultura tradicional portuguesa que elegeu como fonte
essencial do seu projecto de intervenção. É com essa mesma intenção que a partir dos
seus princípios que o Grupo se propõe realizar um projecto de gravação em CD,
constituído por um conjunto de músicas e canções tradicionais, escolhidas de acordo
com a ideia de tentar realçar os aspectos em que o mágico e o sagrado se cruzam com o
popular nas vivências festivas e quotidianas das nossas gentes. Não se tratando de um
projecto com sentido comercial, não deixamos de atender à necessidade de satisfazer
exigências de qualidade, através da reinvenção de uma tradição imemorial, com o
propósito de tornar mais actuante e digna de atenção a música portuguesa. Com base
nesse CD pretendemos construir um espectáculo musical que reflicta a forma como o grupo
em encarado a cultura tradicional. Nesse sentido, o espectáculo não se confina
apenas à vertente musical, mas integra apontamentos na área da dança com uma
cuidada apresentação cénica. Este espectáculo contará com a direcção musical de
Joaquim Teles (Quiné).
21 de Abril, 21.30
Espectáculo "A Água Dorme de
Noite", pelo GEFAC
Teatro-Cine, Pombal
O espectáculo A Água Dorme de Noite foi resultado de um importante
desafio colocado pela Reitoria da Universidade
Coimbra, a propósito da VIII Semana Cultural da Universidade de Coimbra em 2006. O tema
era De Mar a Mar, e
aceitámos a proposta com o objectivo de proporcionar uma vertente mais etnográfica sobre
o tema. Assim aconteceu e o
resultado foi, tanto para nós como para quem teve a oportunidade de nos ver, inesperado
e, sobretudo, gratificante.
A Água Dorme de Noite foi um espectáculo inteiramente concebido e idealizado
pelo Grupo de Etnografia e Folclore
da Academia de Coimbra. A partir do tema base o mar desenvolvemos uma teia
de relações estéticas a nível do
teatro, da dança, da música e do vídeo, que nos ligavam, de modo coerente, à raiz
fundadora do grupo: a cultura
popular portuguesa. Bastante exigente ao nível de recursos humanos (envolve a
participação de cerca de 35 pessoas) e
materiais (cenários complexos, com materiais pesados e de grandes dimensões, condições
particulares de luminotecnia
e sonoplastia, recurso a material audiovisual
), o espectáculo representava um
trabalho laborioso e imaginativo de
adaptação, montagem, organização.
24 de Abril, 21.30, TAGV, Coimbra
"Torna Viagem"
de Zeca Medeiros com Mariana Abrunheiro
José Medeiros nasceu em Vila Franca do Campo, Açores, em 8 de Dezembro de 1951. Em 1976
entra para os quadros da
RTP. Trabalha alguns anos em Lisboa e regressa aos Açores, em meados dos anos 80 para
continuar a carreira de
realizador na RTP - Açores. Embora envolvido na música tradicional e popular desde os
anos 70, José Medeiros,
tornou-se mais conhecido pela realização de várias séries televisivas para as quais
compôs canções, fortemente
baseadas na tradição e cultura açorianas, reflectindo a profundidade e a nostalgia dos
sentimentos ilhéus. Destes
trabalhos televisivos destacamse: em 1986 os "Xailes Negros", em 1987 a
"Balada do Atlântico", em 1989 "O Barco e o
Sonho", em 1992 "Mau Tempo no Canal", em 1995 "O Feiticeiro do
Vento", em 1996 o "Pepe Fotógrafo e as Valsas do
Mundo" e em 1998 "7 Cidades. Este artista açoriano move-se em áreas
artísticas tão diversas como o teatro, a
poesia, a música, a realização televisiva e de diseur de poesia. O álbum
musical Torna Viagem que foi a base do
seu último espectáculo, mereceu recentemente o prémio José Afonso. Mariana Abrunheiro
Inicia os estudos musicais aos
seis anos. Frequentou o Curso de Canto do Conservatório de Música de Coimbra, escola que
mais tarde troca pelo
estabelecimento homólogo do Porto. Com o GEFAC integra espectáculos da Brigada Victor
Jara e de Hermeto Pascoal.
Participa nas colectâneas "Canções de Embalar" e "Cancioneiro do
Niassa" ao lado de nomes como Carlos do Carmo, Rui
Veloso, Jorge Palma, João Afonso, Janita Salomé, Paulo de Carvalho, Sara Tavares e
Amélia Muge, entre outros. Grava
com Júlio Pereira o albúm "Rituais". Desde 1999, participa em concertos,
séries televisivas, bandas sonoras e nos
mais recentes discos do realizador/cantautor José Medeiros. Os projectos colectivos
"Manifestasons" e "Soltar a
Língua" são-lhe regulares, onde faz parceria com José Rui Martins, Carlos Peninha,
da Companhia Trigo Limpo Teatro
ACERT. Foi actriz residente da Companhia de Teatro A Barraca entre 2001 e 2005. Durante
estes quatro anos,
contracena com Maria do Céu Guerra, João d'Ávila, Paula Guedes, entre outros.
30 de Abril a 2 de Maio, 21.30
Cerca de São Bernardo, Coimbra
Comédia do Verdadeiro Santo António
que Livrou seu Pai da Morte em Lisboa
Espectáculo de Teatro Popular Mirandês pelo
GEFAC
Esta comédia é a sexta peça de Teatro Popular Mirandês levada à cena pelo
GEFAC e a primeira de cariz religioso. Incluída no segundo volume do livro Teatro Popular
Mirandês, editado pelo GEFAC em 2005, pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido
pelo organismo nesta área. Esta peça entronca na herança do teatro religioso, em voga
na Idade Média, no espaço europeu. Durante esta época pequenas encenações
(Mistérios, Moralidades, Milagres, entre outras) que incluíam cânticos e danças, dão
forma a narrativas bíblicas, procissões e cultos hagiográficos. Estas manifestações,
desenvolvidas inicialmente sob os auspícios da Igreja, funcionavam como um instrumento de
reiteração da fé e um meio de moralização de costumes. Dado o cariz licencioso que
começou a impregnar estas representações a Igreja proibiu, nos actos de culto, folias,
bailes e semelhantes expressões populares que, de acordo com a sua deliberação,
profanariam os templos. Assim o teatro é projectado para fora do espaço e tempo
sagrados, passando a ser representado nos adros e pórticos das Igrejas e outros espaços,
e adquirindo uma maior independência do calendário litúrgico. Juntamente com a
decrescente utilização do latim, a prática teatral adquire novos contornos estéticos
que a aproxima de uma arte mais democrática.
4 de Maio, 22.00
Salão Brazil, Coimbra
Diabo a Sete
Os Diabo a Sete apareceram nos inícios de 2003 em Coimbra e
formaram-se a partir da vontade de tocar e reinventar a
música portuguesa de raiz tradicional. Acreditamos que os ritmos e melodias que
tocamos e que ouvimos por todo o
país, seja em recolhas seja no labor musical de outros grupos, não são meros ecos de um
passado mumificado. Traduzem, isso sim, uma forma de interpretar a riqueza musical do
nosso país, feita de permanências, esquecimentos e cruzamentos fecundos com outras
culturas. Se o lustro que habitamos é aquilo a que se convencionou chamar de música
tradicional, não o fazemos, contudo, com o intuito de recuperar uma pretensa pureza
perdida ou de tratar em termos de rigor científico as sonoridades e os
instrumentos. Transportamos ritmos e sons já outrora esboçados, mas com o intuito de
fazê-los reviver, através das nossas experiências e do prazer que sentimos em tocar. É
com estes ingredientes que pretendemos agitar um caldeirão antigo e de lá extrair algo
de novo.
11 de Maio, 22.00
Salão Brazil, Coimbra
Quarto Minguante
Juntámo-nos pela primeira vez há um ano e picos, no
Mundo da Lua, entre copos, música e exploração astral. O local terreno foi a Galeria
Bar Santa Clara, o outro lado do rio, onde iniciámos os ensaios. Somos uma banda composta
por quatro elementos residentes em Coimbra, mas provenientes de vários pontos do país. O
gosto comum por músicas do mundo e sonoridades exóticas, possíveis de encontrar no
nosso próprio continente, levou-nos a aventurar-nos num universo que vai beber ao Klezmer
de Giora Feidman e à música Sérvia de Ognjen Popovic, acabando por rumar também para
interpretações de arranjos próprios de música tradicional portuguesa. As portas estão
no entanto abertas a outros sons, desde que estes venham ao encontro dos nossos ideais de
liberdade e harmonia entre os povos. Exemplo disso é a nossa interpretação de temas de
Victor Jara e de outros poetas de intervenção. Neste momento estamos todos também
inseridos no Gefac - Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, onde temos
também adquirido alguma experiência em várias vertentes da cultura popular. Iniciámos
os nossos concertos como banda da Galeria Santa Clara e actuámos em vários pontos da
região de Coimbra, como por exemplo na Conferência Internacional de Estudantes de
Física em Agosto de 2005, em que contámos com um audiência incondicionalmente disposta
à festa e à diversão; ou no Quarteirão das Artes em Montemor-o-Velho, espaço da
cooperativa cultural Teatro dos Castelos. Damos também destaque ao facto de termos sido
seleccionados para ir tocar ao Palco Novos Valores da Festa do Avante!, a ter lugar nos
dias 1, 2 e 3 de Setembro, depois de termos passado três eliminatórias: na Lousã, em
Coimbra e na Figueira da Foz.
18 de Maio, 22.00h
Salão Brazil, Coimbra
Segue-me à Capela
O grupo Segue-me à Capela surgiu na cidade de Aveiro em
Abril de 1999 e tem vindo, desde então, a dedicar-se à
apresentação e revitalização da música tradicional portuguesa, com participações em
Festivais tanto em Portugal
(Intercéltico do Porto, Cantigas do Maio no Seixal, etc.) como em Espanha (Folk Segóvia,
Etnosur, Huesca Folk,
Magosta Folk, etc.). Apesar dos instrumentos de percussão que utiliza ocasionalmente, com
especial destaque para o
adufe, o grupo Segue-me à Capela é uma perspectiva da música tradicional portuguesa
traçada apenas pela voz. E a voz
desdobra-se para lá do canto para recriar ambientes de trabalho, romaria e alguma folia.
Do seu repertório fazem
parte cantares tradicionais recolhidos por Michel Giacometti, José Alberto Sardinha e
pelo GEFAC. Embora procure
reproduzir os arranjos vocais registados nas recolhas que aborda, Segue-me à Capela
recria-os, acrescentando-lhes
novas linhas que conferem aos temas uma imagem diferente e modernizada sem
perder o sabor ancestral das versões
originais.
28 de Abril, 21.30
TAGV, Coimbra
João Paulo Esteves da Silva e Quiné
João Paulo Esteves da Silva nasceu em Lisboa, em 17 de Maio
de 1961, numa família de músicos. Começou a tocar piano
aos quatro anos de idade. Estudou na Academia de Santa Cecília e no Conservatório
Nacional de Lisboa onde obteve o
diploma do Curso Superior de Piano com a classificação máxima. Com uma bolsa de estudos
da Secretaria de Estado da Cultura foi completar a sua formação a Paris, no
Conservatório de Rueil-Malmaison, onde esteve três anos obtendo as mais altas
distinções (Médaille dOr, Prix Jacques Dupont, Prix
dExcellence, Prix de Perfectionement). Terminados os estudos,
permaneceu em Paris mais quatro anos, dando vários recitais em França e nos Estados
Unidos, dos quais se salientam os de Nova Iorque no Carnagie Hall em 1986 e 1989. Exímio
instrumentista, a sua actividade reparte-se por vários géneros musicais, do jazz à
música popular portuguesa, da música erudita ao fado. Considerado um músico de jazz,
tem sido, no entanto, convidado para interpretar, compor, ou orquestrar trabalhos de
músicos dos mais variados quadrantes. Sérgio Godinho, Vitorino, José Mário Branco,
Fausto, Filipa Pais, Tomás Pimentel, Mário Laginha, Maria João, Pedro Caldeira Cabral,
Ana Paula Oliveira, Carlos Martins, André Fernandes, Carlos Barretto, são alguns dos
músicos com quem tem trabalhado. De entre as suas colaborações mais recentes, contam-se
as orquestrações e acompanhamento no CD de Maria Ana Bobone, Sra. da Lapa, os arranjos
da peça interpretada por Maria João Pires na gravação de Mísia ou a sua presença em
Sempre de Carlos Martins. No plano internacional tocou, entre outros, com músicos como
John Stubblefield, Graham Haynes, Hamid Drake, Frank Cólon, Cláudio Puntin, Stephen
Schon, Micahel Riessler e Peter Epstein. O concerto que irá apresentar baseia-se no seu
novo CD, Memórias de Quem, editado em Fevereiro pela Clean Feed/Trem Azul.
Joaquim Teles (Quiné) fez o Curso Geral do
Conservatório de Música do Porto e estudou com Rui Júnior em 83.
Participou em diversos seminários dos quais se destaca o que fez com os
PERCUSTRA, constituído por elementos das
PERCUSSÕES DE ESTRASBURGO, em 90. Em 89 e 90 leccionou na Escola de Jazz do Porto.
Compôs e colaborou em músicas
para vários filmes, séries e peças de teatro. Participou em diversos trabalhos
discográficos com Né Ladeiras e
Galandum, Brigada Victor Jara, Manuel de Oliveira e Mediterrâneo, Filipa Pais, Bernardo
Moreira e José Peixoto.
Tocou com vários nomes da cena nacional e internacional: JoãoPaulo Esteves da Silva,
António Pinho Vargas, Fausto,
Sérgio Godinho, Vitorino, Zé Eduardo, Bernardo Moreira, Charles Benavente, Jorge Pardo,
Ralph Towner, Bennoit Charest, Ricardo Fabini, Ricki Sabatés, etc... Tem ainda um
projecto a solo intitulado A Cor da Madeira que continua a apresentar em
diversos locais.
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