Dazkarieh
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Sendim
8º Festival Intercéltico de Sendim
Da Irlanda até Miranda
Sendim, dias 3 a 5 de Agosto de 2007
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As celebrações intercélticas vão regressar às Terras de Miranda com a
realização do 8º Festival Intercéltico de Sendim, entre os dias 3 e 5 de Agosto de
2007. Four Man and a Dog, Solas e Dazkarieh são os principais destaques do cartaz.
Este festival é uma iniciativa do Centro de Música Tradicional Sons da Terra e da Mirai
QuAlforjas Associação de Juventude de Sendim que constitui uma referência
obrigatória no contexto dos festivais de música folk e tradicional da área ibérica.
Se nas suas anteriores edições foram colocadas em planos de evidência as músicas
provenientes das terras galegas, asturianas e castelhano-leonesas, nesta edição o grande
destaque vai para a grande música da Irlanda, representada por dois dos seus mais
importantes e aplaudidos grupos: FOUR MEN AND A DOG e SOLAS. Dois grupos que partilham
entre si o gosto pelos diálogos interculturais, apresentando propostas musicais que
ultrapassam e de que maneira! as fronteiras esmeraldinas, característica
que foi determinante para a sua programação nesta edição do Intercéltico de Sendim,
que sempre gostou das mais inesperadas e ousadas viagens musicais!
FOUR MEN AND A DOG, grupo formado em 1990, fazem dos seus concertos verdadeiros
acontecimentos, envolvendo o público com os seus furacões de criatividade e de humor
(com o tocador de bodhran, Gino Lupari, a estabelecer níveis de comunicação de todo
impensáveis). Com uma atractiva mistura de música tradicional irlandesa com géneros
tão distintos como o rap, rock, jazz, blues, bluegrass, polka, country swing e,
inclusivamente, salsa, os FOUR MEN AND A DOG foram magistralmente definidos pelo saudoso
Fernando Magalhães como praticando um folknroll directamente orientado para a
explosão dos sentidos.
Quanto aos SOLAS, criados em 1996 nos EUA por filhos de emigrantes irlandeses, trata-se de
um grupo que conjuga de modo magistral a energia da folk norte-americana com a
expressividade melódica e rítmica da música tradicional irlandesa. A mais que
consagrada Emmylou Harris disse um dia que se trata de música encantadora feita por
gente encantadora, de algum modo dando força ao que a imprensa da cidade onde
nasceram, Filadélfia, afirmou: Os Solas fazem uma música folk irlandesa
assombrosa, provavelmente a melhor do mundo! Um som próprio muito personalizado
graças ao talento e virtuosismo dos seus líderes, o multinstrumentista Seamus
Egan e a endiabrada violinista Winifred Horan que faz as delícias das suas
verdadeiras legiões de fãs, por onde quer que passem.
As relações de proximidade, geográfica e cultural, que constituem, desde 2000, ano de
início do Intercéltico de Sendim, uma opção fundamental de programação, determinam
uma presença representativa de distintas áreas ibéricas. Pela primeira vez representado
no festival, o Pais Basco revela-se com aquele que é unanimemente considerado como um dos
seus mais representativos e criativos músicos de todos os tempos, o irrequieto KEPA
JUNKERA, um mago da popular trikitixa, o acordeão diatónico. Com uma formação
integrada por músicos de reconhecida experiência e virtuosismo e não podemos
deixar de destacar o duo de tocadores da inimitável txalaparta, um singular instrumento
basco de percussão o concerto de KEPA JUNKERA vai ser, com toda a certeza, um dos
momentos mais celebrados nas noites intercélticas de Sendim.
Da área castelhano-leonesa chegam os TRADERE, uma formação com uma sólida carreira e
integrada por um conjunto de músicos que são dos mais solicitados e requisitados pelos
mais diversos e importantes nomes da música que se faz em terras de Castilla y Léon
(como é, por exemplo, o caso de Maria Salgado). Trata-se de um grupo que é uma
verdadeira reserva de qualidade garantida, com um directo carregado de encantamentos
melódicos e rítmicas subtis. Mas chegam-nos também os incansáveis Alberto Jambrina
Leal e Pablo Madrid, cujo duo JAMBRINA & MADRID vai apresentar um concerto comentado
que assenta numa proposta de diálogo entre as músicas tradicionais do Nordeste
Transmontano e das vizinhas raias castelhano-leonesas, interligando e comparando ritmos e
melodias que partilham entre si um fundo cultural comum. E das terras galegas chega-nos a
BANDA DE GAITAS DE ORTIGUEIRA (terra na qual se realiza um dos mais importantes festivais
do chamado mundo celta, em cuja edição do corrente ano actuam os Pauliteiros de Sendim,
acompanhados pelo grupo Lenga-Lenga), com actuações que vão animar as ruas de Sendim
durante a tarde e noite de sábado.
Em termos nacionais, o destaque vai necessariamente para os DAZKARIEH, uma das mais
criativas bandas da jovem folk portuguesa, que tanto agarra as raízes da nossa música
tradicional como se atreve a viajar pelas mais distintas geografias musicais,
apresentando-nos uma proposta musical múltipla e de surpreendente universalidade. A sua
passagem por Sendim acontece num ano de muitas e diversificadas viagens do grupo, quer em
Portugal quer no estrangeiro, sendo o seu concerto uma garantia de envolvimento e de
comunicação com o público que constitui algo de muito gratificante no contexto da folk
portuguesa.
Naturalmente que as tradições musicais da Terra de Miranda não podiam deixar de estar
presentes na oitava edição do festival: com honras de abertura dos concertos no palco
principal do Parque das Eiras, os TRASGA são um novo projecto nascido em terras
mirandesas, liderado pelo gaiteiro e tamborileiro Célio Pires, de Constantim, que reuniu
num septeto instrumentistas de distintas aldeias. Apresentam quer novas recriações de
temas tradicionais da região quer novas composições (da autoria de Célio Pires),
recorrendo a uma grande diversidade de instrumentos (gaitas de foles, flautas pastoris,
dulzaina, sarronca, caixa, bombo, triângulo e outras percussões populares,
sanfona
). E, por fim, ABÍLIO TOPA apresentará um concerto comentado que construí
sob a forma de homenagem ao saudoso gaiteiro Alexandre Feio (que acompanhou o seminal
Grupo Folclórico de Duas Igrejas, que foi liderado por António Maria Mourinho).
Um conjunto de actividades paralelas uma exposição fotográfica sobre a máscara
ibérica associada a festas tradicionais, da autoria de Hélder Ferreira; apresentação
de livros e discos, com a respectiva feira a funcionar no recinto do festivo; exposição
e venda de artesanato, produtos da terra e instrumentos musicais; vistas às Arribas do
Douro, com passagem por sítios arqueológicos como os das gravuras de Santos e ruínas da
ermida de S. Paulo e as noites de todas as libações na Taberna dos Celtas,
completam a oferta programada. Porque em Sendim e a partir de Sendim muito há para
descobrir por toda a Terra de Miranda!
E entre todas as poções mágicas disponíveis para mitigar todas as sedes, o
indispensável licor celta, de fórmula secreta apenas conhecida pela D. Nazaré, para que
as libações intercélticas sejam perfeitas.
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