Laurie Anderson
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Programa
Dia 14 de Julho
Palco 1
22h00 Tchakare Kanyembe
(Portugal)
23h00 Lenine (Brasil)
00h30 Antibalas Afrobeat
Orchestra (USA)
Palco 2
02h00 Marcos Cruz (Portugal)
03h00 Rui Murka (Portugal)
Dia 15 de Julho
Palco 1
22h00 Chirgilchin (Russia)
23h00 Laurie Anderson (USA)
Palco 2
0h30 Micro Audio Waves (Portugal)
1h30 Dj Morpheus (Israel/Bélgica)
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Montemor-o-Velho
Música no Castelo
O festival dos ícones
Dias 14 e 15 de Julho 2006
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A primeira edição do Festival Música no Castelo de Montemor-o-Velho,
aposta em trazer até nós alguns dos ícones da pop performativa, da música pastoril da
Rússia asiática, da MPB pernambucana ou do afro-beat actual. Dias 14 e 15 de Julho.
A 1ª edição do Festival Música no Castelo acontece nos próximos dias 14 e 15 de Julho
(sexta e sábado, respectivamente), em Montemor-O-Velho, situado entre os concelhos de
Coimbra e da Figueira da Foz. A localização é idílica: o Castelo de Montemor-O-Velho.
Organizado pela Câmara Municipal de Montemor-O-Velho e pela produtora e organizadora de
espectáculos Lado B, o Festival Música no Castelo é descomprometido com um género
musical ou com uma classificação musical mais generalista. Não se trata de um festival
de world music. Nem de um festival de música urbana. É um festival de música, ponto
final. E nesse conceito são compatíveis a música da terra e a música mais urbana.
O 1º Música no Castelo reúne vários ícones, sem ser necessária uma sequência
exaustiva de música. Estará lá o ícone da pop performativa (Laurie Anderson), os
ícones da música pastoril da Rússia asiática (os Chirgilchin, da emblemática
República de Tuva), o ícone do MPB pernambucano (Lenine), os ícones do afro-beat actual
(Antibalas Afrobeat Orchestra), os ícones do afro-beat nacional de amanhã (Tchakare
Kanyembe), ou os novos ícones da electrónica portuguesa (Micro Audio Waves).
No Palco 1 acontecerão os concertos principais. No Palco 2 acontecerá a animação
electrónica (onde DJ Morpheus também marcará presença). A harmonia entre tão
diferentes aventureiros musicais está assegurada com a ajuda do deslumbrante
horizonte visual que a vantajosa situação do Castelo de Montemor-O-Velho proporciona.
Este é o arranque de um festival diferente que promete consolidação. Montemor-O-Velho
vai ficar no mapa dos grandes festivais internacionais, a edição de 2006 é só o
primeiro sinal - conforme afirma a organização no seu comunicado de imprensa.
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Programa
14 de Julho
Palco 1 - 22h00
Tchakare Kanyembe
Este sexteto portuense, que tem vocalista de Moçambique (Simonal) e inspiração do nome
em dois instrumentos
tradicionais do mesmo país (o tchakare e o kanyembe), é um dos raríssimos projectos
nacionais dedicados ao afro-beat sem se esquecerem de fazer funk, reggae, jazz e
até rock. Apesar da curta vida de pouco mais de um ano, estão já a ser o grande
fenómeno ao vivo da noite do Porto, tendo já percorrido alguns dos mais importantes
espaços ao vivo da Invicta e vizinhança (Maus Hábitos, Rivoli, Indústria, Contagiarte,
Hard Club, B Flat). A rápida ascensão do grupo pode tornar-se meteórica quando pisar o
palco principal do Festival Música no Castelo.
Palco 1 - 23h00
Lenine
Lenine é, justamente,
um dos grandes nomes da música brasileira actual. Imprimiu um dinamismo desconhecido ao
MPB pelo modo tão natural e eficaz como fundiu sonoridades mais localizadas do seu país,
como o maracatu ou o samba, com expressões mais globalizadas como a pop e, acima de tudo,
a electrónica (do jungle ao trip-hop). Tem sido um trabalhador incansável e um versátil
em toda a linha: compõe para teatro, televisão e cinema; é um artista multi-funcional
que tem tanto de compositor e de cantor, como de produtor e responsável de arranjos;
deixou se ser somente um árduo investigador do Brasil étnico e musical para passar a ser
um antropólogo musical do mundo quando, no seu álbum Falange Canibal (de 2001), colabora
com músicos de países tão diferentes como a Ucrânia, os Estados Unidos (como Ani di
Franco), a França, ou o Madagáscar. Cada álbum que faz tem uma personalidade muito
diferenciada. O mesmo acontece com cada digressão que empreende. E é nesta última
vertente que o seu impacto é ainda maior e mais fascinante, com um currículo de
concertos invejável que já conheceu os quatro cantos do mundo, e que no saldo total, o
levou a tocar perante quase um milhão de espectadores. A justificar esse força de palco,
o seu último álbum, Lenine In Cité, é um álbum ao vivo que, ao contrário dos discos
deste formato, é composto por inéditos. Agora, é a vez da revolução acontecer em
Montemor-O-Velho.
Palco 1 - 0h30
Antibalas Afrobeat
Orchestra
A residência na cidade maios cosmopolita do mundo, Nova Iorque, pode dar nisto:
a Antibalas Afrobeat Orchestra podia passar por projecto africano sem que ninguém desse
por isso. A inspiração deste numeroso colectivo (só na formação efectiva são 14, a
que se juntam inúmeros convidados) no afro-beat e na sua maior lenda histórica, o
nigeriano Fela Kuti, é quase religiosa e é levada até às últimas consequências. O
cariz político das letras e as posições provocadoras e panfletárias dos Antibalas são
outro dos aspectos da herança de Kuti. Mas no seu terceiro e último álbum, Who Is This
America?, os Antibalas descolam-se da grande referência e consolidam a autonomia da sua
salada estilística, com a ajuda de fontes mais americanas. Os concertos da Antibalas
Afrobeat Orchestra são uma festança que lhes permite o encaixe tanto em festivais de
jazz como os de Montreux ou de Newport, como em festivais de rock como o de Roskilde. Os
grooves dão uma boa ajuda.
Palco 2 - 02h00
Marcos Cruz
Jornalista de cultura
com actividade na cidade do Porto e júri de vários festivais de cinema (Fantasporto,
Cinanima, Imago), Marcos Cruz também tem-se destacado também enquanto DJ. É nessa
qualidade que integra o programa do festival.
Palco 2 - 03h00
Rui Murka
É uma figura
proeminente da cena electrónica portuguesa em várias funções: DJ, programador (em
clubes como o
Frágil), radialista, compilador e produtor. Passa música nos espaços nocturnos mais
importantes do país e é um nome recorrente no meio desde meados dos anos 90, altura em
que funda a Cooltrain Crew, colectivo que deu ao drum n bass nacional um
protagonismo então desconhecido.
15 de Julho
Palco 1 - 22h00
Chirgilchin
Com a queda da União
Soviética em 1991, a mítica música ancestral da isolada República russa de Tuva
(situada
entre a Mongólia e a Sibéria) recuperou a margem de progressão e a antiga identidade, e
hoje as digressões
mundiais de diversos grupos da musicalmente fértil cidade de Kyzyl (a capital de Tuva)
são comuns. Dessa vaga, os multi-premiados Chirgilchin são, presentemente, o nome mais
emergente dessa vaga e parecem embalados
para equipararem o peso dos históricos Huun-Huur-Tu. Os Chirgilchin conseguem praticar
cinco variantes diferentes do throat singing (entre os quais, o mais célebre khoomei),
que é, numa análise genérica, uma forma de canto tradicional que se desmultiplica em
várias tonalidades vocais (algumas delas meramente apoiadas em vogais) que vão além do
nosso imaginário convencional. A sua música de montanha de efeitos etéreos (com
semelhanças com a música mongol e até com os cantos budistas tibetanos) utiliza o
cavalo como inspiração para os seus ritmos vocais e percussivos, como fonte metafórica
para as histórias das canções e, através do seu pêlo, como matéria física de
instrumentos que os próprios Chirgilchin constróem. Em Portugal, são ainda um mistério
por desvendar.
Palco 1 - 23h00
Laurie Anderson
Laurie Anderson é uma
das artistas pop mais completas de todo o mundo. As suas famosas actuações enquanto
cantora e violinista não são invulneráveis à influência da sua experiência noutras
áreas como as artes visuais, o spoken-word ou a performance dramática o que se
saúda. Através de uma forma muito personalizada e inteligente de conjugar as diversas
linguagens artísticas, cada concerto seu é um acontecimento, fazendo da arte o
entrenimento, e do entrenimento a arte. Sabendo tirar usufruto desse cocktail explosivo
enquanto inspiração que é Nova Iorque, Laurie Anderson tem usado os seus dotes de
observadora peculiar da sociedade contemporânea em livros de poesia, em instalações em
centros de arte e coleccionando álbuns seminais como Big Science, Mister Heartbreak ou o
assombroso álbum ao vivo Live at Town Hall NYC (gravado poucos dias depois do 11 de
Setembro). Graças aos seus espectáculos provocadores, as suas passagens por Portugal
têm sido memoráveis. Desta vez, Laurie Anderson traz a sua banda - Skuli Sverrisson,
Peter Scherer e Ben Wittman e mais uma vez, a música passará para outro patamar,
transcendendo-se a si mesma. Havendo a forte possibilidade dos Chirgilchin participarem no
concerto, o espectáculo de Laurie Anderson pode vir a tornar-se num encontro de 3º grau.
Palco 2 - 0h30
Micro Audio Waves
Foram uma das últimas
apostas do malogrado John Peel, o radialista e divulgador mais importante da história
da música popular. Os Micro Audio Waves são um dos projectos nacionais de electrónica
mais estimulantes, com
um dinamismo criativo que lhes tem permitido serem um exemplo de produto de exportação
(o que é invulgar no
contexto da música urbana portuguesa): a vitória recente dos prémios internacionais de
electrónica Qwartz em
duas categorias (melhor álbum graças a No Waves, e melhor vídeo, por «Fully
Connected») é uma feliz
consequência disso. Formados por Flak (dos Rádio Macau), Carlos Morgado e pela
efervescente vocalista Cláudia
Ribeiro, os Micro Audio Waves têm-se distinguido pela adaptação da estrutura
electrónica experimentalista ao
conceito de canção. As actuações explosivas do grupos ajudaram-lhes a conferir nome.
Palco 2 - 01h30
DJ Morpheus
É outra das fortes
atracções do cartaz do festival. DJ Morpheus é hoje um dos nomes mais cotados do
circuito
das pistas de dança. O seu crédito muito se deve ao ecletismo dos seus sets do
hip hop e house ao drum n
bass a ao breakbeat e é muito associado à origem do freestlyle. Tem já um
currículo de peso. Foi, nos anos 80 vocalista e compositor do grupo de rock de culto
Minimal Compact. Fundou o projecto de electrónica Gruesome Twosome que teve também
alguma projecção. Gravou um álbum, When God Was Famous, em que canta a poesia de
escritores como Herman Hesse ou Boris Vian. Foi A&R da etiqueta SSR e responsável
pelas famosas compilações Freezone (tendo ajudado a promover os trabalhos de nomes como
Howie B, os Kruder & Dorfmeister ou os Basement Jaxx). É também um radialista
reconhecido, com programas espalhados por vários países da Europa, - Gilles Peterson
chegou a convidá-lo para seleccionar música no seu programa.
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