Porto
Festival Etnias 2005
Porto, Contagiarte, dias 8, 9 e 10 de Dezembro de 2005
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Regressa ao coração do Porto o Festival Etnias, este ano dedicado à
música e dança africanas - contando também com a participação de alguns projectos de
música de raíz tradicional portuguesa. A não perder, entre os dias 8 e 10 de Dezembro
de 2005.
O festival de músicas do mundo Etnias, uma produção da Acaro, vai este ano entrar na
sua 3ª edição. Nas duas primeiras edições o evento reuniu ao todo para cima de duas
dezenas de projectos, todos eles dedicados aos sons tradicionais dos cinco continentes.
Este ano a programação do festival está direccionada aos sons de origem africana, com
os Djabara, os OliveTree, os Semente e a Dança Afrobrasileira, apesar de também nele
marcarem presença alguns sons europeus, com os Mu e as Danças Ciganas.
Uma vez mais, durante três dias consecutivos, 8, 9 e 10 de Dezembro, os ritmos de
instrumentos tradicionais enchem o espaço Contagiarte, no Porto. Desde a sua
inauguração, em Dezembro de 2003, que o espaço da Acaro associação cultural,
tem acolhido diversos projectos ligados às músicas tradicionais, tendo como
consequência a sensibilização e a formação de públicos nesta área.
Como resultado desse trabalho, este ano contamos já com três grupos, na área de
formação cultural, direccionados às danças tradicionais, tal como as danças
africanas, as danças europeias e as danças orientais. Também na área da formação a
3ª edição do Etnias integra na sua programação um workshop de fórró e outro de
didgeridoo, ambos nos dias 5, 6 e 7 de Dezembro, das 18h00 às 20h00.
Dia 8 de Dezembro
23h45
Estúdio 2
Djabara
Surgiram em 2004 e desde então este grupo dedica-se essencialmente à pesquisa e estudo
de ritmos e danças tradicionais africanos referentes à etnia mandinga a etnia que
engloba a região ocidental de África, a que pertencem países como Burkina Faso, Mali,
Guiné Conakri, Senegal entre outros, onde esta cultura está explicitamente viva. Daí
surgem instrumentos de matéria-prima natural como djabara, djembés e dunus, que dão um
carácter orgânico à música e são utilizados pelo grupo nos seus concertos,
animações e workshops. Estes espectáculos assentam em ritmos frenéticos e intensos,
onde o djabara marca o tempo incansavelmente e onde o djembé improvisa sobre uma base
ritmo-melódica sustentada pelos dunus e claves, em sincronia com as coreografias montadas
pelas dançarinas. É uma performance de energia pura, onde o público é convidado a
sentir o bater do coração da terra.
Formação: Xibata, Nuno, Osga, Ni, Cação e Vanessa.
01h20
Estúdio 0
Olive Tree
Pura combinação de
emoções fortes provocadas pela elevação dos batimentos cardíacos a fluir neste som
cheio de speed do didgeridoo. A viagem é garantida em plena alegria e
bem-estar predispondo o ouvinte a uma incapacidade total de manter o corpo parado. Esta
ligação expressa-se na fórmula mais orgânica que a musica dança pode assistir
resultando numa ideia simples de contextos rítmicos complexos.
OliveTREE drums N' Didj / trance acústico / rocking church / progressivo /
psicoacústico, tal como é descrito pelos fans é um projecto relativamente
recente no mercado português criado por Renato Oliveira (elemento do colectivo
ROOTSCARAVAN) em 2003 Liverpool. A genialidade deste som cativante e bastante energético
é conseguida usando apenas instrumentos reais com uma capacidade estonteante, sem
qualquer delay, overdub ou sample. OliveTREE é um projecto inovador com um trio de grande
energia que mistura os sons anciãos do didgeridoo com ritmos contemporâneos do tecno
para criar uma vibrante e fresca música de dança caracterizada por tempos irregulares
cheios de ataque e por saborosos grooves. Esta é já a apresentação do 2º trabalho
discográfico que oliveTREE está a colocar em curso. Depois de DEEP INSIDE THE
ORGANIC, editado em finais de 2003, virado para a world music, que entrou em
mercados como os da Bélgica, Suiça, Espanha, Holanda e principalmente em Inglaterra, é
a vez de Didgedance all dar cartas nos circuitos internacionais neste género
musical.
Dia 9 de Dezembro
23h45
Estúdio 2
Danças Ciganas,
espectáculo de Carolina Fonseca e Rita
Uma apresentação para encantar, com um dos géneros de dança mais antiga da Europa
as belas danças ciganas.
01h20
Estúdio 2
Mu
Há cerca de dois anos, em 2003, dois dos actuais membros deste grupo, encontraram-se na
coincidência e tiveram uma ideia, ousaram sonhar, traçaram objectivos, e desenharam, por
intuito, um projecto
É assim que nasce, na cidade do Porto, o som dos MU. A música, essa, apresenta-se tão
diversa e alegre quantos os membros do grupo e é principalmente inspirada nos sons das
culturas musicais europeias, através do uso e da fusão de instrumentos de todo o mundo.
Já considerada uma banda de estilo "roufenho, nómada e circense" é com este
mesmo perfil que vêm a conquistar rasgados sorrisos por onde actuam e a ganhar o concurso
de música Folk no "Arribas Folk" em Sendim, Miranda do Douro. Festivais como o
"Andanças" (em S. Pedro do Sul), o "Intercéltico de Sendim", o
"Danzas sin Fronteras" (em Espanha), entre outros, serviram ainda para promover
o álbum, recentemente editado, "Mundanças", e o êxito esgotante destes
momentos, para reforçar a energia com que continuam a actuar. Traduzem-se em cinco os
rostos deste grupo, com apenas um objectivo: fazer o mundo dançar!
Os MU são: Osga, Nuno, Diana, Sophie, Sara
Dia 10 de Dezembro
23h45
Estúdio 1
Dança Afrobrasileira,
espectáculo de
Tathiana Lobo
(Dança Afro-primitiva e Dança dos Orixás)
A África é o ponto de
origem dos Orixás e dela vem o seu culto. Os rituais, fundamentos, formas, métodos,
linguagem, versos, cantigas e rezas são de origem africana. Foram eles, os africanos, que
criaram as lendas, a visão lógica das coisas. Os navios negreiros chegaram ao Brasil
carregando não apenas homens, mulheres e crianças escravizados mas também foram levados
com eles os seus Deuses, uma outra sabedoria e um poder, que rapidamente se espalharam por
toda a costa brasileira. Forças como Exu, Ogum, Xangô, Iansã, Nanã, Obaluaê-Omolu e
tantos outros... Sementes, pedras, apetrechos e talismãs sagrados foram levados para o
Brasil e os cultos africanos criaram raízes, mudando hábitos e enriquecendo
consideravelmente a cultura brasileira. Hoje, o Brasil tem como influência cultural
africana o samba, o frevo, o maracatu, a folia de reis, capoeira, jongo, tambor de
crioula, além de tantas outras. O negro africano dividiu com o branco brasileiro a sua
crença, cultura, arte, a sua vida, os seus deuses
. O termo Orixá vem de um
território chamado Iorubá na África. É o termo que designa a religião dos iorubás. A
religião ou mito dos Orixás relaciona-se com a família e os seus antepassados. O Orixá
seria em princípio um antepassado divinizado que em vida exercia um poder sobre as
forças da natureza como o trovão, o vento, as águas doces ou salgadas, ou então
dando-lhe a possibilidade de exercer certas actividades como a caça, o trabalho com
metais ou o trabalho com plantas e ervas e a sua utilização. Elaborando um sistema,
podemos dizer que cada Orixá torna-se um arquétipo de actividade, de profissão, de
funções complementares umas das outras, estes representam o conjunto das forças que
regem o mundo: terra, fogo, ar, água
Tudo isto representa o poder vital, a energia,
a grande força de todas as coisas existentes e que é denominada AXÉ. A Dança Afro
Brasileira é totalmente representativa. Além de trabalhar o movimento da mitologia dos
Orixás, normalmente a dança representa os movimentos primitivos, guerreiros, movimentos
imitativos dos animais, além de representar através da dança os elementos sagrados da
natureza.
01h20
Estúdio 2
Semente
Com raízes artísticas de inspiração étnica e experiências diversificadas na área da
música, dança, teatro, malabarismo e capoeira, o projecto Semente surge em 2001. Sem
deixar de assumir as suas raízes, funde elementos tradicionais e étnicos com
referências contemporâneas, tendo como objectivos, através da divulgação da sua
música e dança, divertir, envolver, comunicar e sensibilizar o público para os laços
ancestrais que ligam o Homem à Terra. Dança, cânticos, cor e muito ritmo são as
principais características dos espectáculos dos Semente. O projecto do grupo Semente
consiste essencialmente em ritmos e danças tradicionais Africanos (da costa oeste, de
etnia mandinga) e Brasileiros, com influências contemporâneas da nossa sociedade.
Dançarinas: Dora Borges; Mónica Silva; Teresa Fabião; Eva Azevedo.
Músicos: Paulo das Cavernas; Tito Silva; PauloVieira; Nuno Fonseca; Luis alves; Pedro
Flores.
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WORKSHOPS DO ETNIAS
Workshop de Fórró
Dias 5, 6 e 7
Das 18h às 20h
São incertas as possíveis origens da palavra Fórró, no entanto existe a certeza de que
este estilo musical tem como raiz a música Europeia e Africana, que desaguaram no Brasil
com os descobrimentos.
Resgatando a beleza da partilha inerente à dança em par, o intuito deste workshop é um
recuperar deste sentir através de exercícios de expressão corporal direccionados para o
desprendimento necessário à entrega desta dança. O objectivo desta viagem é revelar as
possibilidades desta dança singular que não se reduz apenas a um estilo musical. A sua
versatilidade permite deliciarmo-nos tanto através de um som medieval como de um
electrónico.
Formadoras: Carolina Sousa e Siliana Soares
Datas: 5, 6 e 7 de Dezembro
Horários: 18h00 às 20h00
Inscrição: 20
Workshop de Didgeridoo (intensivo)
Dias 5, 6 e 7
Das 18h às 20h
Renato Oliveira iniciou o seu percurso em 1999. Reuniu-se com grupos internacionais em
gatherings e realizou oficinas com personalidades das mais variadas origens, ex.: Lies
Beijerinck Holanda; Michael Jackson (Axis) Austrália; Si (wild Marmelade)
Austrália; Stephen Kent Inglaterra; Kyle Maplesden Canadá; Alan
Dargin e Mark Atknis Aborígene Australiano. O resultado destas experiências
materializou-se num álbum internacional de didgeridoo "Deep Inside The Organic"
com a chancela de OLIVETREE gravado em Liverpool em 2003 com artistas
convidados da Suécia, Holanda, Inglaterra e Escócia. Para além de ser elemento fundador
do colectivo ROOTSCARAVAN, é actualmente o distribuidor oficial da revista internacional
de didj: Didgeridoo & Co Magazine para os mercados de Espanha, Portugal e Sul
América. O workshop é dirigido a principiantes e avançados para todas as idades!
Conteúdo do programa: Principiantes: Apresentação, O que é um didgeridoo, origens e
história do didgeridoo, o didgeridoo e o nosso corpo, como construir e reparar um
didgeridoo, formas de aquecer, a posição corporal, o drone, pressão do ar, harmónicos
e respiração circular. Avançados: Tipos de respirações, movimento do diafragma, tipos
de harmónicos, gesticulações, efeitos de língua e pressão do ar, vocalizações e
ritmos básicos.