Lisboa
Zap Mama
A voz é infinita
Lisboa, Keil do Amaral (Parque de
Monsanto), dia 21 de Julho de 2005
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Zap mama é um quinteto de mulheres com
origem Afro-Belga, fundado por Marie Daulne - a personagem central do grupo - que é
também quem compõe e arranja a maioria das composições. Um espectáculo a não perder,
no Parque de Monsanto, em Lisboa.
Filha de pai Belga e mãe Congolense, Marie Daulne mudou-se para Bruxelas aos 3 anos de
idade, tendo sido aí onde começou a sua odisseia musical. Enquanto as outras crianças
aprendiam na escola a tocar instrumentos clássicos, a mãe de Marie preferiu ensinar-lhe
as polifonias dos pigmeus africanos. Foi então aos 18 anos que Daulne regressou ao Congo,
onde deu origem ao grupo Zap Mama no ano de 1990.
Ao todo editaram são 5 álbuns. O primeiro álbum do Zap Mama - Adventures in Afropea
(1993) - é estritamente vocal. Com o segundo álbum - Sabsylma ( 1994) - recebeu
indicação ao Grammy de melhor álbum na categoria de World music. Estes foram os álbuns
onde o Zap Mama desenvolveu realmente o poder e as possibilidades da voz feminina como
instrumento musical.
Em 1997 com o álbum - Seven, Zap Mama começaram a trabalhar com instrumentistas,
contando com a colaboração de lendas do Reggae e do Dub U-Roy e Michael Franti
(Spearhead). No seu quarto álbum - A Ma Zone (1999) - as Zap Mama operaram uma verdadeira
transformação musical. O single "Rafiki", com a participação de Black
Thought, do The Roots, foi o primeiro passo para uma nova direção no grupo.
Entretanto, Ancestry in Progress (2004) é o mais novo álbum deste
colectivo. Nele, praticamente todos os temas foram co-produzidos e compostos pela própria
Daulne - um disco a piscar o olho ao mercado norte-americano e que bebe várias
influencias da música americana, não perdendo, contudo, a originalidade que adquiriu no
começo da carreira. Este álbum conta com participações de Erykah Badu, Common,
Bahamadia, Questlove, Talib Kweli, Jazzyfatnastees entre outros.
Ancestry in Progress foi criado na maior parte nos Estados Unidos e traz o reflexo da
"Urban Music" americana. Anthony Tidd e Richard Nichols (The Roots) produziram
"Show Me the Way" e "Ca Varie Varie" . O produtor belga Phillippe
Allaert assina a produção de "Sweet Melody" e "Yaku" - que
incorpora, naturalmente, sonoridades mais europeias. Outro ponto marcante é o dueto de
Marie Daulne e beat-boxer Scratch em "Wadidyusay?"
Neste disco é surpreendente a forma com que se explora o universo
vocal em tons de jazz, blues, funk, r&b, rap e música africana.