Várias localidades
XI Sete Sóis Sete Luas
Rede de Músicas do Mundo
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Maria da Feira, Vila Real de Stº António, Ponte de Sôr e Castro Verde são as
princiapais localidades portuguesas que recebem este ano a XI edição do Festival Sete
Sóis Sete Luas, este ano com uma redução significativa de concertos no nosso país.
Mantendo o espírito de rede, o Sete Sóis Sete Luas traz diversos
espectáculos de músicas alternativas ao nosso país, a par de outras localidades -
sobretudo de Espanha e Itália. Só que a crise financeira que afecta em grande parte as
autarquias portuguesas está a ter, este ano, fortes repercursões na quantidade de
espectáculos.
O Programa de Santa Maria da Feira, a "Festa da Música"
reduz-se aos dias 20 e 21 de Junho, contando com a presença de vários grupos, divididos
pelo Castelo e pela zona que circunda a piscina. No dia 20, actuam no Castelo Antonella
Ruggiero e Alessandro Safina, ambos de Itália; para além de vários grupos corais de
Santa Maria da Feira. O Dia 21, mais preenchido, conta com a participação do grupo Cabo
verdiano Fertilizante; Alan Wurzburger de Napoles; os galegos Luar na Lubre; o projecto
Cabeças no Ar; Samuele Garofali de Itália. Nesse dia, há ainda a participação de dois
projectos de Santa Maria da feira: The Face e Hiranyagarbha.
Em Setembro, entre os dias 4 e 14, a cidade de Stª Maria da Feira
recebe uma programação de luxo relacionada com as artes de rua -
"Imaginarius" - ao todo sete dias intensamente povoados por alguns dos mais
originais projectos nestas áreas.
Em 2003, Ponte de Sôr é a localidade portuguesa com maior
participação para a XI edição do Sete Sóis Sete Luas, organizando espectáculos
durante praticamente todo o mês de Julho. O programa arranca dia 8 com o grupo catalão
"Discipulos de Morales"; no dia 9 actuam novamente os galegos Luar na Lubre; e
no dia 10 é a vez de Bana e da música de Cabo Verde. O dia 11, dá lugar à dança pelos
colectivos Lambros Karaferis (Ioannina, Grécia), Grupo de Dança Tradicional do Centro
Cultural de Ioannina (Epiro, Grécia). O programa prossegue depois no dia 18, com a
participação de Carlo Faiello, de Nápoles e a actuação de um dos mais aclamados
projectos italianos da actualidade, os Bonifica Emiliano Veneta. Ponte de Sôr fecha a sua
programação em Setembro, com a prestação de Manecas, da Guiné-Bissau.
Vila Real de Stº António, mais precisamente Monte Gordo, recebe
também menos espectáculos este ano - mas aposta em algumas das melhores apostas do
cartaz do Sete Sóis Sete Luas. Arranca no dia 9 de Agosto com os Urbàlia Rurana, um
grupo de Valência que conta com a participação do Italiano Maurizio Martinotti. No dia
10, entra em palco o marroquino Nour Eddine, outro nome que já participou em edições
anteriores do Festival. No dia 15 é a vez de Carlo Fiello, de Nápoles. O final será em
grande, com a apresentação de Lula Pena.
Finalmente Castro Verde, também uma região tradicionalmente
ligada a este festival, vai apenas contar com dois concertos: o primeiro será no dia 10
de Setembro, com Elena Ledda, da região da Sardenha e o segundo trará novamente ao palco
Lula Pena e Ficções.
De resto, o Festival Sete Sóis Sete Luas, iniciado em 1993, é um
projecto promovido por uma Rede Cultural com cerca de 50 pequenas cidades em cinco
países: Portugal, Itália, Espanha, Cabo Verde e Grécia. Sete Sóis Sete Luas, em 2002
na sua décima edição, realiza os seus projectos principalmente no sector da música
popular, étnica e tradicional (mas também no campo do teatro e das artes plásticas),
conseguindo envolver nas suas actividades grandes figuras da cultura europeia. O
Presidente Honorário do Festival é o grande escritor português José Saramago, Prémio
Nobel da Literatura. O Festival Sete Sóis Sete Luas já venceu três vezes o Prémio
Caleidoscópio da Comissão Europeia, pela dimensão europeia e pela elevada qualidade
cultural do projecto.
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20 Junho - S. Maria da Feira
Alessandto Safina (Itália)
É desde os 9
anos, devido a um pai que amava muito a música, que Alessandro Safina se dedica ao canto
lírico, percebendo muito cedo que poderia trabalhar a sua voz como um instrumento
especial. Foi a cantar ópera que pisou pela primeira vez um palco. É italiano mas vive
em França onde é muito apreciado. Foi descoberto pelo produtor italiano Romano Musumarra
e pelo músico Eric Ghenassia, tendo ambos ficado impressionados pela maravilhosa e
potente voz do jovem. O projecto dos dois era de achar um cantor que permitisse uma
perfeita união entre a música lírica e a pop: entenderam imediatamente tê-lo
encontrado em Alessandro. O tenor italiano aceitou o desafio de dedicar-se a um género
ainda muito pouco explorado, a ópera pop. Os seus atributos vocais e físicos
permitiram-lhe uma entrada imediata nos tops internacionais, tendo obtido, com o seu
último trabalho, o duplo disco de platina. Hoje Safina, com 35 anos, é interprete
afirmado de personagens de importantes obras como La Bohème de Puccini ou lEugène
Onegin de Tchaikovski.
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21 Junho - S. Maria da Feira | 9 Julho
- Ponte de Sor
Luar na Lubre (Galiza)
Os Luar na Lubre,
formados em 1986 na Coruña (Galiza), são, sem dúvida, a formação que melhor
representa a tradição musical galega. O seu projecto musical baseia-se sobretudo na
busca das raízes musicais e culturais da região. Este grupo tem participado em inúmeros
festivais internacionais, levando a música da gaita de foles galega e o cantar típico
das suas gentes além fronteiras da nobre Galiza.
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21 Junho - S. Maria da Feira
Samuele Garofali (Itália)
Em Voyage,
primeira gravação de Samuele Garofoli com este título não apenas através do
repertório, maioritariamente constituído por composições originais, marcadas por
influências que vão da pop à música étnica, mas também graças aos músicos
envolvidos no projecto, tanto mais que partilham uma ideia sobre a música clara e
pujante, reconhecendo na música um papel cada vez mais importante em termos de
comunicação.
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21 Junho - S. Maria da Feira
Giovanni Wurzburger (Itália)
Autor, compositor
e cantor, Giovanni Wurzburger, dito Alan, revisita, com a força e a
graciosidade das suas composições, a grande tradição da canção napolitana,
explorando as músicas e os ritmos do Mediterrâneo. Napolitano a despeito do nome, após
ter-se exibido durante os anos 70 em locais de contestação, decide partir à
procura de novas aventuras musicais. É assim que toma contacto com a música underground
londrina e com as sonoridades espanholas. Em 1994 publica o primeiro CD Alan
Wurzburger no qual participam grandes nomes do jazz, como Karl Potter, Daniele Sepe,
Nico Casu, entre outros. Em 2002, com a etiqueta World Music italiana Sottosuono, realiza
o novo álbum Amour Amer, onde convergem os sons das vielas napolitanas unidos
às sonoridades hispano-andaluzes, etno-folk e blues. Os textos são essenciais em toda a
obra de Wurzburger: irónicos, aguçados, compõem o retrato de uma humanidade densa,
egoísta e cínica, com momentos de uma forte crítica social.
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10 Julho - Ponte de Sôr
Bana (Cabo-Verde)
Gigante
orgulhoso, Bana é considerado o mais importante cantor das ilhas de Cabo Verde. Foi o
primeiro intérprete a difundir a nível internacional os característicos ritmos da
música cabo-verdiana: mornas, coladeiras, funanà. Tal facto valeu-lhe a atribuição de
uma medalha de mérito, em 1992, por parte do Presidente da República de Cabo Verde e,
igualmente, em 1995, por parte do Presidente português. Nasceu em Mindelo, na ilha de
São Vicente, em 1932. Iniciou a sua carreira de cantor aos 14 anos e editou o primeiro
álbum no Senegal, em 1962. As interpretações de Bana são verdadeiras referências da
música cabo-verdiana. A sua voz e forma de as interpretar são inimitáveis. O seu estilo
e a sua personalidade marcaram uma época. A voz doce e quente, representando o ideal de
voz masculina, contrabalança com a da famosíssima Cesária Évora. Bana, com mais de
cinquenta anos de actividade artística e uma vida percorrida entre Lisboa e o resto da
Europa, tendo realizando mais de 45 álbuns e numerosos concertos, pode enfim apreciar o
sabor da sua consagração a "voz de ouro" da sua bela terra.
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11 Julho - Ponte de Sor
Grupo de Dança (Grécia)
O grupo de Dança do Centro Cultural de
Ioannina (cidade sede da secção grega do Festival Sete Sóis Sete Luas) apresenta um
original espectáculo baseado nas danças características das diferentes regiões do
Norte da Grécia: Epiro, Macedónia e Tracia. Os bailarinos, nos seus característicos e
coloridos trajes tradicionais, conseguem envolver o público em ritmos irresistíveis,
acompanhados por Lambros Karaferis, importante músico do Epiro.
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11 Julho - Ponte de Sor
Lambros Karaferis (Grécia)
Lambros Karaferis
nasceu em Lithino, uma pequena cidade da região do Epiro, na Grécia. Iniciou-se desde
criança na música da região, tocando flauta. Aos quinze anos começou a aprender
clarinete com músicos locais. Aprofundou os seus conhecimentos, procurando aprender com
músicos gregos de renome, o que o levou até Atenas. Aos dezassete anos era então um dos
profissionais do clarinete mais reconhecidos da região. Para além da sua actividade
regular em festas e celebrações locais, participa em vários discos e realiza
regularmente concertos. Em 2001 inicia a sua colaboração com o grupo francês "Une
anche passe", com o qual gravou o disco "Nigris". É professor de clarinete
no Conservatório Municipal de Ioannina (desde 1994) e também no Departamento de Música
Tradicional do TEI de Epire (nos dois últimos anos), bem como na Escola Universitária de
Estado residência de pesquisa sobre músicas populares.
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18 Julho - Ponte de Sor | 15 Agosto -
Vila Real de S. António
Tammurriata Remix
de Carlo Faiello
(Itália)
O repertório do
ensemble Tammurriata Remix, grupo vocal e instrumental criado por Carlo Faiello,
autor-compositor de entre os mais afirmados na cena musical italiana, está orientado para
composições originais e tradicionais que sabem aproveitar o espírito da nova música
popular napolitana. O espectáculo As Danças de Dionísio é uma performance
concentrada nos ritmos rituais e espectaculares comuns a toda a área do Mediterrâneo. A
exibição decorre numa Babel de sons, línguas, gestos, a fim de evocar formas de danças
libertadoras ligadas à energia dionisíaca.
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25 Julho - Ponte de Sor
BEV (Itália)
Em Novembro de 99
a revista musical norte-americana Dirty Linen, num artigo dedicado a BEV,
escrevia: a música deles, ainda que puramente acústica, explode com a energia do
rock. De facto, o trabalho do grupo do Nordeste de Itália é uma
instalação musical totalmente acústica; constrói um género absolutamente
moderno, através da reprodução de várias formas das raízes culturais e musicais que
dela emana, ganhando cor e energia. BEV nasce no início de 1998. Desde então deu
inúmeros concertos na Europa. O primeiro Cd do grupo, Apotropaica (1999),
teve um acolhimento entusiástico por parte da crítica especializada europeia. A revista
alemã Folkworld premiou Apotropaica como melhor disco do ano. A
mesma revista, na classificação anual de 2000, refere-se ao concerto de BEV como um dos
melhores, por entre os 10 mais do live act europeu. Aparece agora
Variabile/Naturale - um disco que confirma este colectivo como um dos melhores
no panorama da musica tradicional italiana e europeia.
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9 Agosto - Vila Real de S. António
(Monte Gordo)
Urbalia Rurana
com Maurizio Martinotti
(Espanha/Itália)
O grupo Urbàlia
Rurana foi criado em 1990 para realizar um repertório de música popular valenciana e
mediterrânica. A instrumentação do grupo é exclusivamente ìacústicaî, no sentido de
preservar uma sonoridade popular e étnica de cariz mediterrânico. Urbàlia Rurana
realizou imensos concertos e bailes em povoações da Comunidade Valenciana, Catalunha e
Ilhas Baleares. Recebe o Prémio RNE-Ràdio Quatre em 1992, melhores arranjos, pelo seu
primeiro disco A la banda de migjorn e o Prémio Puig-Porret, em 1995, do Mercat de
Música Viva de Vic, pelo seu trabalho em colaboração com o grupo Primera Nota, Folk
Nou. Actualmente, além dos seus concertos habituais, tem em digressão o espectáculo
baseado no seu último CD Territoris Amables, trabalho realizado conjuntamente com o
músico Maurizio Martinotti, classificado por entre os 20 melhores CDs europeus, pela
revista de internet Traditional Arranged. Desde 1977 que Maurizio Martinotti se dedica à
investigação sobre o repertório instrumental e vocal piemontês, trabalhando em
estreita colaboração com músicos e cantores do género tradicional. Tem, através da
música, dado a sua contribuição para a recuperação de um instrumento antigo em
desuso: a viola de roda ou ghironda. Desde 1980 que realiza diversos cursos e seminários
sobre este instrumento.
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10 Agosto - Vila Real de S. António
Nour Eddine (Marrocos)
Extraordinário
cantor e multinstrumentista marroquino de origem berbere, muito apreciado no panorama
internacional da World Music. A sua música junta sons e atmosferas de profunda
espiritualidade aos ritmos arrebatadores da festa ritual, quando as percussões são
protagonistas absolutas: o resultado é uma envolvente cura colectiva para a
mente e para o corpo. Autor de muitas obras musicais nos estilos do deserto e do
Mediterrâneo, fundou vários grupos de música, realizando concertos em vários países
do mundo. Nour-Eddine apresenta agora o seu novo espectáculo baseado na redescoberta da
rica e fascinante tradição tribal e ritual Gnâwa e Jahjûka, com ligações ao sufismo.
A cerimónia Gnâwa, que decorre durante uma noite inteira, é um rito de possessão com
funções essencialmente terapêuticas, composto por três fases: ada, uma
procissão cheia de cores, um desfile barulhento e frenético que convida para a dança e
para a vibração; os kûyû, uma série de danças a cargo dos músicos que ainda não é
o transe, mas sim um preliminar do transe, um espectáculo; enfim uma preparação para a
última fase, a dos mlouk, que leva o transe ao seu estádio mais alto. A voz
extraordinária de Nour-Eddine (que também toca alaúde, percussões, viola e ghaytâ) é
acompanhada por uma banda de jovens músicos do Magrebe.
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23 Agosto - Vila Real de S. António
(Monte Gordo) |
14 Setembro - Castro Verde
Lula Pena (Portugal)
Lula Pena tem já
os atributos de uma grande cantora: primeiro, o dom da interpretação, que a habilita a
revisitar e literalmente a reinventar algumas das grandes canções do repertório
lusófono... depois, a originalidade do seu olhar: atenta a tudo, Lula captura
emoções... Por último, e acima de tudo, a voz.... grave, carinhosa, tensa, sombria,
sensual, quente, animal, lasciva... em resumo uma daquelas vozes que nunca se esquecem.
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12 Setembro - Castro Verde
Elena Ledda (Itália)
Elena Ledda
nasceu na Sardenha, uma terra rica em músicos extraordinários capazes de promover o
património cultural da ilha com coerência sem deixarem contudo de o alimentar com os
sons da contemporaneidade. O mais recente projecto musical de Elena Ledda, Maremannu,
coordenado com Mauro Palmas e realizado na Alemanha com a cuidadosa produção de
Friedemann Witecka, alcança um perfeito equilíbrio entre músicas da tradição
propostas com novos arranjos e outros tipos de sonoridade no estilo da world music. A voz
de Elena Ledda é não só versátil e expressiva, mas também potente e agressiva,
ergue-se com sabedoria e sensibilidade sobre este material sonoro proporcionando emoções
intensas aos ouvintes. Uma voz que canta temas de amor propiciatórios, dramas
despedaçadores de vida vivida ou canções de embalar cheias de ternura que fazem sonhar.