Lisboa
Festa da Primavera
Celebrar 10 anos de CCB
Lisboa, Centro Cultural
de Belém, dia 23 de Março de 2003
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. . . . . .O CCB celebra o seu 10º
aniversário assinalando também a chegada da primavera, com muitas propostas de
espectáculos de rua, teatro, música, pintura e dança. Diversão garantida, durante o
Domingo, dia 23 de Março. Com entrada livre.
O programa contempla diversos espectáculos musicais, peças de
teatro, intervenções em vários espaços do Centro Cultural de Belém, espectáculos
dedicados aos mais novos, actividades lúdicas ou simplesmente música de realejos. A
Festa da Primavera, que habitualmente serve para comemorar o aniversário do centro, surge
este ano reforçada a propósito do 10º aniversário.
Assim, os nossos destaques vão para as actuações dos Maio Moço,
Danças Ocultas, Adufeiras de Monsanto e o Grupo Coral Pastores do Alentejo. Isto, para
além da actuação da Orquestra Chave D'Ouro, a quem caberá a responsabilidade de animar
duas horas de baile, aberto ao público.
Os Maio Moço - que actuam pelas 14:30h na Praça
do Museu - foi fundado por Vítor Reino em 1985 e conta já com 7 discos gravados,
dedicando-se à preservação, revitalização e recriação da Música Tradicional
Portuguesa, na convicção de que ela representa uma parcela essencial e inestimável da
nossa identidade cultural. As suas actuações transportam-nos numa viagem imaginária
pelas diferentes regiões do país, recorrendo preferencialmente a alguns instrumentos
tradicionais mais característicos e genuinamente portugueses.
Quase em simultâneo, actuam as Adufeiras de Monsanto
pelas 15h no Caminho Pedonal, trazendo cantares e tocares acompanhados por adufes - um
instrumento de origem árabe e do qual há vestígios de ser utilizado um pouco por todo o
país. As Adufeiras de Monsanto são um grupo de raízes populares, que têm por objectivo
preservar e divulgar o riquíssimo património tradicional de Monsanto, através dos seus
trajes, cantares e tocares de Adufe.
Mais para o fim da tarde é a vez da actuação dos Danças
Ocultas, mais precisamente às 18:30h, na Praça do Museu. Danças Ocultas
procura desenvolver uma música nova para um instrumento "velho", a Concertina.
Apesar de algumas limitações técnicas, a preocupação recai, sobretudo, nas
potencialidades do instrumento. Por outro lado, toda a família dos acordeões está
associada a solistas virtuosos; "Danças Ocultas" explora o seu lado expressivo
e a emoção colectiva. Em Portugal, as "Danças Ocultas" têm-se apresentado em
diversos Festivais de Música de vertente clássica, de vertente tradicional ou ainda de
vertente pop rock, como também em outros espectáculos. Desde 1997 que percorrem os
circuitos da chamada "world music" em Espanha, Itália, França, Holanda,
Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Marrocos. Em Dezembro de 2001, a convite do coreógrafo
Paulo Ribeiro, estrearam "Tristes Europeus - Jouissez Sans Entraves". Este
espectáculo é interpretado pela sua Companhia de Dança e conta com a música ao vivo
das "Danças Ocultas". Após dois CD's de originais editados em Portugal,
("Danças Ocultas", EMI-VC, 1996 e "Ar", EMI-VC, 1998), foi editada em
2002 a colectânea "Travessa daEspera" pela editora francesa L'Empreinte
Digitale, estando assegurada a distribuição mundial pela Harmonia Mundi.
Ainda destaque para o baile pela Orquestra Chave D'Ouro,
que arranca às 16 horas, prolongando-se até às 18h, numa tenda montada para o efeito.
Esta orquestra, fundada em 1989, irá trazer à Festa da Primavera desde as valsas de
Richard Strauss, até ao swing de Glen Miller; misturando uma pitada de cha-cha-cha, mambo
e boleros, juntamente com um pouco de tango; com salsa e rumba quanto baste.
Finalmente, uma referência para o espectáculo "Robertos
e outras Marionetas", pela mão de Manuel Dias, que acontecerá ao longo da
tarde no Jardim das Oliveiras. Este espectáculo é composto pela Tourada na técnica de
Robertos e alguns sketch's de Variações de Marionetas em Redor da Música, tem duração
aproximada de 50 minutos. Espectáculo para todos é indicado para animação em escolas,
salas de espectáculos e rua. Robertos e uma técnica tradicional de luva que assenta no
rápida manipulação dos bonecos. Desenvolve alternadamente e com uma rapidez vertiginosa
situações de drama e de comédia de sentimentos contagiantes. Na Tourada, o cavaleiro
traça o destino do touro, colocando-lhe a primeira farpa. Depois de enfrentar com coragem
vários adversários, o touro irá morrer nas mãos do forcado. Os Robertos falam de um
modo muito expressivo, com sons agudos e carregando nos erres. O segredo está bem
guardado no céu da boca do manipulador. É uma palheta, que amplia a voz e tem resultados
surpreendentes. Os Robertos usam muitas exclamações, batem e gesticulam. Por isso os
espectáculos acabam sempre à paulada. Variações de Marionetas em Redor da Música
espectáculo com várias técnicas de construção e de manipulação que vão de
técnicas mais tradicionais, com fios ou vara, a técnicas mais inovadoras e arrojadas em
que a constante é a mão ou braço do manipulador como suporte para a construção do
boneco, e em que a música, que vai de Liszt e Chopin a Tina Turner passando por Erik
Satie e Louis Armstrong, dá aos "actores" a envolvência necessária para o
melhor desempenho do seu papel.