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Palco 6 - Alta Fidelidade
Entre 17 de Agosto e 27 de Outubro e pelo terceiro ano consecutivo, o Palco
6 regressa com uma série de 22 dias de espectáculos, que envolvem meia centena de
projectos emergentes da música portuguesa. Realizados, como já é tradição daquele
espaço, às sextas e sábados, a partir das 23 horas e até à 1 hora da manhã, o Palco
6 volta a disponibilizar-se como local aberto às novas tendências da música feita em
Portugal. A entrada continua a ser gratuita.
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Lisboa
João Aguardela
Megafones para a Música Popular
Parque Expo - Passarela do
Álcool, 1 de Setembro de 2001, 23:00h
E se a tradição musical portuguesa se tivesse desenvolvido
naturalmente sem interrupções e sem preconceitos? E se em simultâneo à nossa abertura
ao que nos chegava de fora, mantivéssemos o interesse no que éramos por dentro?
Como obviamente não foi o que nos aconteceu, resta-nos pegar nos fragmentos do que fomos
e tentar imaginar como seriamos em diferentes circunstâncias. É por estes motivos que
este é um projecto de ficção cientifica nacional, uma projecção de uma das possíveis
dimensões paralelas àquela que hoje conhecemos.
Megafone
Ficção musical ou tradição reinventada?
João Aguardela, o compositor, letrista e vocalista dos Sitiados, é, também, o
reinventor da música tradicional, onde as origens se fundem com a sonoridade electrónica
criando um conceito universal, que diz muito à nossa identidade cultural, às nossas
raízes e que é quase que uma fonte inesgotável.
A ideia do seu projecto a solo Megafone, surgiu-lhe após ter ouvido músicas tradicionais
portuguesas compiladas por Michel Giacometti e José Alberto Sardinha. Ficou seduzido e,
se a princípio foi mais ou menos intuitivo, mais tarde recolheu o maior número possível
de material de modo a fazer uma selecção unicamente dirigida pelo seu gosto pessoal,
avaliando-o pela forma como as coisas se encaixavam melhor.
Esta reconstrução é, para João Aguardela, uma experiência, a sua própria versão da
música tradicional do século XXI, uma forma de aprender a ser português com as
"poucas coisas que restam como referências", uma identidade que não é
estática, não é nem pode ser cristalizada.
Megafone tem o cheiro da terra, dos campos, da vida, numa profusão de tonalidades; é a
influência do romanceiro na vida colectiva e doméstica das populações, é a religião
católica, acompanhada pela sua liturgia, inserindo-se na vida prática das gentes, é a
utilização de smapler's, dos instrumentos acústicos modernos aliados aos tradicionais,
como o adufe, o bombo ou a concertina, é o passado e o futuro de mãos dadas.
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