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Lisboa
[Phados] com novas sonoridades
Lula Pena na Culturgest
Lisboa, Culturgest, dias 24 e 25 de Maio de 2001
(21:30h)Lula Pena continua a
apresentar o CD [Phados] tal como aconteceu em 2000 mas, a nível musical, novas harmonias
e sonoridades enriquecem o espectáculo a realizar na Culturgest. É já nos dias 24 e 25
de Maio, dois espectáculos a não perder!
Já apresentado em Portugal, Bélgica, França, Marrocos, entre outros locais, o
espectáculo tinha como único acompanhamento musical a guitarra tocada pela própria
intérprete; neste momento, Lula Pena conta com um músico de origem iraquiana, de seu
nome Osama Abdulrasol, que a acompanhará com instrumentos como: Alaúde, Khanou
(instrumento com mais de 70 cordas), e Bendir (instrumento de percussão).
Lula Pena ouve sons e quer expressá-los através do seu corpo, tendo como instrumento uma
voz; como som do rio a tremer, da terra a respirar, do céu a crescer. Uma voz, um apelo
da memória de alguém que ouve com os sentidos todos e quer revelar, naturalmente, as
conversas secretas com o seu próprio coração; esse músculo vermelho e esponjoso, que
sobrevive de irrigações constantes e vive de ritmos ora mais lentos ora mais rápidos.
Ela sente a idade da terra e o peso de tão grande dimensão, quer cantar as suas
memórias mais antigas, quer cantar as raízes do mundo com a fatalidade de quem sabe que
a vida é curta para tão longa viagem. Dar a voz ao canto da fatalidade. Da lonjura. Do
destino. Da tragédia.
PhadosS o nome escolhido para o seu primeiro disco editado, em 1998, na Bélgica,
há um ano chegou a Portugal. Poucos ficaram indiferentes. Alguns surpreendidos. Muitos
encantados de espanto. Todos os que passaram por este primeiro contacto ficaram, mais ou
menos ansiosos, há espera dum futuro anunciado, porém incerto, por esta voz funda e
afundada nas profundezas dos mistérios do corpo, ciente do pudor da Alma.
Musicalmente, pretende desenterrar (mexer!) na raiz do fado inventado por Amália, na raiz
da música inventada por Caetano Veloso e Chico Buarque, na raiz da morna de Cesária
Évora, nas raízes Populares de autores anónimos.
O caminho é muito longo e a vida muito curta, Lula Pena aceita a tragédia e quer
protagonizá-la...Hoje lusófona, amanhã árabe, depois africana...E quem sabe se na lua
encontrará o som do vazio e do silêncio que anseia e que acredita existir.
Este espectáculo persiste na descoberta duma identidade universal, através dos sons da
música portuguesa, africana, árabe...
A fusão musical de raízes comuns e distintas, próximas e longínquas. Os desafios, os
riscos e as metas, o culminar duma crença a Terra mãe de todas as músicas
isto é LULA PENA .
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