Romanceiro
Judaico-Ibérico
Trio Sefarad: Música Sefardí
Informação retirada da Página oficial do Trio SefardO Trio Sefarad é
constituído por três músicos que se dedicam a estudar a música Sefardí (Romanceiro
Judaico-Ibérico ), ligada à cultura judaica e às várias expressões culturais
espalhadas por diversas regiões da Europa. O grupo apresenta um site na Internet com
variada informação sobre o grupo, as origens históricas desta forma de expressão
secular, acompanhados de excertos audio.
A Música Sefardí
A música está sempre presente nos mais variados momentos da vida
do povo judeu, sejam eles alegres, religiosos ou festivos. Uma mãe canta para a sua filha
quando esta nasce, um namorado canta para a sua amada, as mulheres cantam em conjunto nos
casamentos.
É assim que surge o repertório da Música Sefardí, tal como o conhecemos hoje - e que
se foi criando e transformando ao longo dos Séculos - servindo de forma de expressão de
um povo.
Tal como em outras culturas, na família Sefardí são as mulheres quem transmitem a
tradição musical oral à geração seguinte, cantando as canções que aprendeu com as
suas mães. Aos homens reserva-se a exclusividade no canto litúrgico, no qual as mulheres
não participam.
A voz é um instrumento que permite explorar histórias através da palavra cantada, cujos
textos são assim mais facilmente transmitidos e memorizados, de geração em geração
A Música Sefardí recorre aos registos mais agudos da voz feminina, desenvolvendo-se
várias ornamentações e improvisos a partir dos temas e dos ritmos tradicionais.
Normalmente o canto Safardí é individual em que as liberdades concedidas ao improviso,
dificulta a sua execução em grupo.
Os instrumentos que acompanham a voz variam de acordo com as várias regiões, havendo
registos do princípio do Século XIX que mencionam o uso da guitarra, violino, pandeireta
como os mais frequentes instrumentos usados no acompanhamento de romances,
"coplas" e cançõs líricas.
As melodias Sefardís são em geral puramente silábicas, ou seja, é usada uma nota por
cada sílaba (característica comum a toda a música oriental), sendo rica em
ornamentações e elasticidade melódica. Este tipo de música recorre a escalas Maiores,
menores e antigos modos medievais (especialmente nas canções do norte de África) -
recebendo influências do sistema de Makames (arábico-turco) - de origem medieval. Muitas
vezes era frequente ouvir a mesma melodia a ilustrar diferentes textos.
Tal como acontece com a expressão vocal, os ritmos podem ser de grande rigidez ou enorme
liberdade, dependnendo da região. As melodias de origem oriental gozam de maior
flexibilidade rítmica - dando lugar a uma maior improvisação e ornamentos. As
expressões de origem africana baseiam-se em esquemas mais rígidos, baseados em ritmos
binários ou ternários (ou alternados), dando uma sensasão estranha relativa ao ritmo.
O canto Sefardí pode ser dividido em três grandes grupo: O romance, as
"Coplas" e canção Lírica. muitos dos textos são de origem anónima -
seguindo uma inspiração popular e de episódios épicos - e cuja origem é difícil
determinar dado que existe muito pouca documentação escrita, devido a ser uma tradição
transmitida oralmente.