Queirã-Vouzela
Cavaquinhos e Cantares
à Beira
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Com um divertido espaço na internet, o Grupo de Cavaquinhos e
Cantares à Beira é um grupo etnográfico que junta músicos de várias idades, todos com
um interesse comum pela cultura popular da região de Qieirã-Vouzela.
Foi sonhando na preservação de valores ancestrais dos seus
antepassados que germinou e nasceu, em 1992, o Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira,
numa das freguesias mais ribeirinhas do município de Vouzela, de seu nome Queirã, em
equidistância regular, entre 12 a 15 km de Vouzela, S. Pedro do Sul, Tondela e Viseu,
respectivamente.
Por tudo isto, e muito mais, um grupo de amigos da freguesia de
Queirã decidiu aprender a tocar cavaquinho e, através dele, recuperar as tradições
musicais e étnicas, riquíssimas, da sua localidade/região, surgindo assim o Grupo de
Cavaquinhos e Cantares à Beira. Grupo de Cavaquinhos porque o cavaquinho é o instrumento
básico do Grupo; e Cantares à Beira, porque o Grupo não se limita a executar músicas
da sua região, pegando noutras para as cantar à sua maneira, da Beira.
O Grupo é constituído por gente jovem e menos jovem, das mais
variadas idades e profissões, no total de 19 elementos actuantes, sendo os cavaquinhos a
sua base instrumental, acompanhados de bandolins, viola baixo, acordeão, pandeireta,
ferrinhos e bombo.
As lides agrícolas das laboriosas gentes de Queirã, em solos de
imensa fertilidade, proporcionou ao longo dos tempos o constante amanho da terra, onde o
dia-a-dia se transformava em serenas canseiras, sons agrestes dos moitedos, com o
sussurrar das enormes torrentes, a caminho dos ribeiros, melodias suaves com o chilrear do
melro e da cotovia...
E foram essas belezas que, de geração em geração, foram
chegando até nós, através da música, do canto, dos costumes, das tradições... E o
não quis Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira (nem quer!...) deixar secar esses
encantos, para que não se sinta a terra a ficar deserta.
O seu trabalho tem-se desenvolvido, essencialmente, nas Regiões do
Dão e Lafões, nas recolhas dos mais diversos temas, tendo ainda outros de índole
nacional, bem como alguns inéditos seus, baseados em "fontes" populares.
Diversos palcos e auditórios já foram seu cenário, quer no país
quer no estrangeiro. Teve a participação em alguns programas televisivos, nomeadamente
na "Praça da Alegria", da RTP1, "Big Show SIC", da SIC, "Jardim
das Estrelas", da RTPi, "Made in Portugal", da RTP1 e SIC 10
Horas, da SIC.
Já três internacionalizações ficaram registadas na história do
grupo. Por duas vezes o Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira se deslocou ao
Luxemburgo, em 1998 e 1999, nas comemorações do 10 de Junho e no vigésimo aniversário
do C.A.S.A., respectivamente. Em 2001, voou até Cabo Verde, mais propriamente até à
Ilha do Fogo, a convite do Município de S. Filipe, para enquadrar o programa da festa de
Nhô S. Filipe, da mesma cidade. Em 1998 foi galardoado pela revista Anim'Arte, do
Distrito de Viseu, com o prémio Produção Artística-Música/97.
Tem já cerca de quatro dezenas de temas trabalhados com arranjos
musicais próprios do Grupo, continuando, como tem vindo a ser seu apanágio, a
reconstituir o que pode irremediavelmente perder-se: a nossa identidade, a nossa cultura
popular...
O grupo também colaborou, em 1999, com o Instituto de
Etnomusicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa, no Projecto de Investigação dos Grupos de Música Tradicional Portuguesa.
Já foram editados três trabalhos discográficos, o primeiro
apenas em cassete, em Maio de 1996; o segundo em CD e cassete em Abril de 1998; e em
Novembro de 2000 gravou o seu terceiro trabalho discográfico, em CD e cassete, de seu
nome Com(Tradições).
Com(Tradições) finaliza mais uma etapa do Grupo de Cavaquinhos e
Cantares à Beira, amadurecido pelos nove anos de actividades, apaixonado pelas suas
raízes e sempre em busca de algo que o caracterize a si e à região onde se insere.
Com(Tradições) é uma representação musical de costumes, ocupações, pequenos gestos
e ritos que viviam escondidos nas memórias e tradições.