Apresentação
Zambra
Folias Mouriscas da Península Hispânica
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . .Zambra é um
colectivo que fez renascer a "samra", as festas mouriscas da península
hispânica - caracterizadas por muita algazarra, regozijo e júbilo. Um espectáculo
vestido de xailes, bastões e bilhas, apresentando coreografias com facas, fogo e efeitos
de sombras.
Zambra (do árabe samra) era o nome que designava as festas mouriscas da
península hispânica, caracterizadas por muita algazarra, regozijo e júbilo. Destacavam
em particular pelo alvoroço que causavam, pela animação originada pela música e a
dança, bem como pelos aplausos e o alarido que manifestavam aqueles que dela
participavam, expressando o seu entusiasmo e alegria. É este também o ambiente que
sempre esteve presente no seio deste grupo, desde a sua formação há dois anos atrás, e
que inevitavelmente transparece nos seus espectáculos, pois a ideia subjacente a qualquer
uma das suas performances é, sem dúvida alguma, a de celebração.
As Zambra pretendem, precisamente, recriar o antigo aspecto de celebração, bem
como a alegria que sempre caracterizou uma das formas de expressão mais antigas da
humanidade, pelo que no final de cada espectáculo, o espectador é convidado a
participar, libertando-se assim das suas inibições e deixando-se envolver pela alegria
contagiante desta forma de arte.
As performances das Zambra são uma mistura de coreografias e improvisação. As
danças de grupo e em duo são, habitualmente, coreografadas, enquanto outras, sobretudo
as apresentações a solo, são mais improvisadas e que variarão consoante a
personalidade da bailarina e o seu estado de espírito. Este estilo é, aliás, o mais
comum na música e dança folclórica e tradicional do médio oriente.
O espectador poderá, assim, apreciar um solo tradicional feminino na sua forma
egípcia, o raks al-baladi (dança do povo), variações deste tipo de dança e a fusão a
que deu lugar, o raqs al-sharqi (dança do oriente), denominado dança do ventre no mundo
ocidental, ou o raqs al-assaya (dança do bastão) cuja origem remonta ao tahtib, a mais
antiga forma de arte marcial egípcia.
Mas, se por um lado as Zambra tentam, de alguma forma, recriar a ambiência, o
estilo e as tradições de um tipo de dança com origem nos primórdios da civilização,
e que enfeitiça pelo que traz de antigo, genuíno e essencial do ser humano, elas vão um
pouco mais além. Talvez pela inquietação que as caracteriza, pela vivência e
formação diferenciada de cada uma, pela própria riqueza cultural que deu origem a esta
forma de dança, ou simplesmente pela sua mediterraneidade, as Zambra sentem-se próximas
e identificadas com muitas outras culturas, tais como a africana, a indiana, a turca ou a
cigana, nas suas mais variadas vertentes, para além, evidentemente, da europeia, e de
outras artes tais como as circenses e a música. O resultado é um espectáculo com
raízes tradicionais, mas onde existe uma forte vertente de fusão, ousadia e
experimentação.
Neste espectáculo são utilizados vários acessórios tais como: véus, xailes,
bastões, bilhas ou velas; trabalham com instrumentos tais como os címbalos, as
castanholas, as pandeireitas ou outras percussões; fazem coreografias com facas, fogo ou
efeitos de sombras e adaptam-se facilmente a diferentes espaços e contextos.
Assim, as Zambra oferecem um serão inesperado, onde pretendem transmitir
elementos de culturas variadas, mas também surpreender, festejar, partilhar e desfrutar
da dança com a sua audiência!