Alpalhão
- Nisa
I Bienal da Pedra
Alpalhão, 21 de Setembro a 2
de Outubro de 2001
Música, seminários, workshops e exposições vão reunir em
Alpalhão, durante doze dias, vários agentes culturais e económicos, numa iniciativa que
visa o desenvolvimento de uma estratégia participada, para a promoção da pedra e os
seus serviços.
De 21 de Setembro a 2 de Outubro Alpalhão vai receber a
"Bienal da Pedra", uma iniciativa que representa um marco fundamental para a
valorização de um sector da maior importância para a região de Nisa. Esta iniciativa
visa o reforço da imagem da qualidade das rochas ornamentais, envolvendo entidades
públicas e privadas, escolas, empresas e administração, aos mais diversos níveis.
Para ajudar a atingir estes objectivos, a organização resolveu
fundir no programa várias actividades culturais, exposições, seminários e workshops,
onde neste caso os "Concertos da Pedra" vão trazer a várias localidades do
Concelho de Nisa espectáculos com grupos das Músicas Tradicionais e não só.
Animação Cultural
O programa musical arranca na Sexta-Feira, dia 21 de Setembro,
pelas 19h, com o Duo Paganini, trazendo os duetos clássicos para violino e guitarra -
espectáculo que servirá de convite para um encontro da população à volta de uma pedra
gigante, onde será confeccionado bife, na Pedra! Pelas 22 horas, arrancam os At-Tambur,
com um concerto-baile levando a festa em tons de Músicas Tradicionais, dançadas em
ritmos de mazurcas, adrós, jigs ou círculos - estilos que serão ilustrados no decorrer
do espectáculo, para que todos possam dançar.
No dia seguinte, pelas 17 horas, sobe ao palco o grupo "A
Campaniça", que realizará um concerto em torno do repertório da viola campaniça,
instrumento alentejano quase extinto e que agora começa a ser recuperado através de
projectos musicais dedicados a este instrumento. Mais à noite, junto à Anta irão actuar
a partir das 21:00h os Dundumba, trazendo a mistura de ritmos com as artes de rua.
"Os Chocalhos" animam no palco em Alpalhão, a partir das 22h, um
concerto-baile, com música e danças tradicionais europeias e portuguesas.
Na Sexta-Feira seguinte, no dia 28 de Setembro de 2001, é a vez
dos Dazkarieh e dos Gaitafolia dividirem o palco a partir das 22h. Os Dazkarieh realizam
um trabalho de fusão de estilos e instrumentos musicais variados, realizando uma
performance sonora, onde acaba por haver tanto para ouvir como para ver. Os Gaitafolia
são um grupo de gaitas de foles e percussão cujo repertório previligia as sonoridades
da gaita do Noroeste Peninsular, tendo sido criado no seio da Associação Portuguesa para
o Estudo e Divulgação da Gaita de Foles. O programa musical acaba no Sábado, dia 29 de
Setembro, com um concerto com os Gaiteiros de Lisboa, uma das principais referências da
Música de raiz tradicional portuguesa.
Lançar a primeira pedra
O forte do programa deste evento é precisamente a ideia de criar sinergias entre
as actividades económicas, sociais e culturais no concelho, neste caso centradas na ideia
de uma "Bienal da Pedra", um sector vital no concelho de Nisa. Este evento visa
criar um espaço onde possam nascer e crescer estratégias de cooperação entre várias
entidades, públicas e privadas, articuladas de forma a criar valor para as populações
locais.
Expemplo disso são os múltiplos Seminários, desenvolvidos num
modelo "não formal" - e que possam ser um espaço de partilha e construção de
estratégias concertadas num melhor conhecimento das potencialidades da região. Temas
como "Estratégias de formação e valorização de recursos humanos", "As
rochas ornamentais e o granito de Alpalhão - aplicações, potencialidades e
mercados" e "A pedra e a arquitectura", são exemplos disso - um conjunto
de seminários que lançarão "a primeira pedra" de um conjunto de eventos a
prolongar nos próximos tempos.
Exemplo disso também é o desafio proposto no seminário "Os
Territórios, as Identidades os Recursos Locais" - onde se pretende a construção de
estratégias de desenvolvimento baseadas nos recursos locais, população e agentes
económicos e sociais , à luz das recentes alterações no campo das mobilidades,
capitais, e decisão.
Também durante doze dias vários escultores oriundos de diversos
países como Portugal, Itália, Japão, França e Turquia irão estar às voltas com a
pedra de Alpalhão, para dar substância aos muitos argumentos desta riqueza natural,
pronta para ser transformada. Daqui também resultará "A Construção de um
Simpósio de Escultura" com a participação dos escultores presentes, através da
troca de experiências tendo em vista a criação de um modelo de simpósio, ajustado à
região.
Das referências ao orgulho local
Várias exposições levarão ao conhecimento público a projecção nacional e
internacional da pedra desta região, utilizada em diversas peças escultóricas
existentes aquém e além fronteiras. Para isso teremos então a exposição "Onde
Pára a Pedra de Alpalhão?", a "Mostra de Granitos Alentejanos", uma
exposição que retrata a "Recuperação do Menir da Meada", feita segundo
técnicas antigas dos artesãos de Alpalhão e uma mostra fotográfica de Raul Ladeira
"Da Pedra e Suas Artes", sobre os granitos na região, gentes e ofícios da
pedra.
Deste movimento nasce um conceito de rede, onde se misturam os
vários agentes de uma comunidade, na construção de um valor difícil de projectar de
forma isolada - levando às populações a mistura da cultura, das estratégias e das
reflexões, que irão contribuir para a valorização de toda uma região.