Pintura "Lundu Ensemble"
de: Suzy
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Fala-Só Associação
Intercultural
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Lundum Ensemble
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Internet: www.oacaso.pt
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Lisboa
Uma certa incerteza do Fado com
Lundum Ensemble
Espaço Fala-Só, Dia 15 de Fevereiro de 2001, às 22hExcertos musicais:
Bolinando
| Praia do
Norte | Saudade ao Sul | Sereia Doce
| Zut Flut
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O Lundum Ensemble realiza a junção das
guitarras portuguesas, a guitarra clássica, o contrabaixo e a percussão num formato a
que poderemos designar de "musica popular de câmara" - cruzando o fado com a
morna, o choro, o tango e outras musicas.
Este espectáculo recria, nesta aventura atlântica, o regresso imaginário ás
Danças do Fado. O Lundum é uma dança de proveniência africana praticada em Portugal
por meados do séc. XVIII, estando muto possivelmente ligado à origem de um certo Fado
Batido (dançado) - de onde emergiria algo que no futuro, já exclusivamente como
canção, adoptaria o nome de "Fado".
Este concerto vai acontecer no Espaço Fala-Só, em Lisboa, no próximo dia 15
de Fevereiro (Quinta-Feira), com Miguel Pyrrait na guitarra portuguesa (Coimbra), Rui
Leandro na guitarra portuguesa (Lisboa), Sérgio Figueira na guitarra clássica, Francesco
Valente no contrabaixo e Alexandre Santos na percussão.
Sobre o Lundum
As muitas definições que se podem encontrar sobre o Lundum têm vários pontos em comum.
Com efeito, Lundum (também lundu, landu, londu) pode entender-se como uma dança e canto
de origem africana, trazidos pelos escravos bantos, especialmente de Angola, para o
Brasil. Outra definição apresenta o Lundum como uma dança também cantada, de origem
africana, cuja raiz entronca no batuque.
O Lundu tornou-se imensamente popular no séc. XVIII, tanto no nosso país como
no Brasil, de onde veio - consistindo numa dança viva e desenvolta, usada entre os
escravos.
Em traços gerais, a dança - acompanhada de música e canto - é uma das
manifestações culturais dos povos dos antigos reinos do Kongo e da Ngola pré-coloniais.
De índole religiosa, esta dança faz parte dos rituais das festas que se seguem aos actos
das colheitas.
Sobre as possíveis origens do Fado
São desconhecidas as verdadeiras origens do Fado. Entre as múltiplas e diferentes
opiniões, sobre as origens do Fado muito há a dizer, pois cada historiador faz uma
perspectiva não só baseada na recolha de dados, mas também na sua própria opinião,
originando uma grande variedade de suposições.
A Enciclopédia Luso Brasileira fala-nos do Fado como pertencente à canção
popular portuguesa, tardiamente nascido e gerado fora de Portugal, definindo três
períodos de aparecimento e evolução musical deste género de música: Num primeiro
período, dá-se o aparecimento do Fado de Lisboa (a partir de 1822). Na transição do
Lundum para o Fado, a dança continua a ter maior importância. Num segundo período (a
partir de 1840), o canto supera a dança, sendo associado à valorização da guitarra, em
substituição da viola. Já num terceiro período (a partir de 1888), o Fado é já
totalmente divulgado, passando a ser aceite pelas várias classes sociais. A sua
divulgação chega a Coimbra através dos estudantes da Universidade.
Na obra Fado - História de Portugal, Mascarenhas Barreto aponta
para uma origem nas Cantigas de Amor e a Trova Provençal da Idade Média:
De origem provençal, o Fado sofreu a influência melodico-poética árabe
e, ao longo dos séculos, ganhou características mais definidas, tornando-se numa maneira
de cantar que exprime, genericamente, um estado psíquico de nostalgia.
O casamento dos príncipes trazia para Portugal a sua corte de cavaleiros e trovadores.
Assim se formou, entre os portugueses, a escola de poesia Provençal que veio fortalecer
os primeiros passos de uma Literatura Nacional.
A Chansó era o mais nobre género de canção, própria de cavaleiros
fidalgos; O Sirvente era cantado por soldados; Os Contenses eram
controvérsias travadas entre dois trovadores; O Plang era uma canção
lamentosa: Cantiga de Amigo cantada de mulher para homem, e Cantiga de
Amor, cantada de homem para mulher; e ainda outra forma de poesia, de expressão
satírica: Cantiga de Escárnio ou Mal Dizer.
Oito séculos passados, o Fado actual conserva ainda antigas características. O Fado dos
Estudantes de Coimbra, como expressão do sentimento masculino, manteve o mesmo espírito
das Cantigas de Amor. No Fado de Lisboa, parece predominar a forma das Cantigas de Amigo,
expressão feminina, em que a mulher manifesta o seu
sentir. |